Câmara vai esterilizar animais vadios adotados

A Câmara de Coimbra lançou uma campanha de esterilização de animais vadios adotados, para estancar o aumento do número de cães e gatos que chegam ao centro de recolha municipal, cerca de 1700 no ano passado.
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Um dos objetivos da campanha de esterilização, que conta com a colaboração da Universidade Vasco da Gama (UVG), é "alertar a população para o excesso de animais vadios", decorrente "muitas vezes do facto de andarem soltos, sem controlo de procriação".

Consciente de que os animais abandonados são "um perigo para a saúde pública e para a saúde animal", a autarquia assinou um protocolo com a UVG que permite a esterilização/castração gratuita de gatos e cães adotados no centro de recolha municipal. O protocolo entre as duas instituições prevê também uma "avaliação epidemiológica e de saúde animal dos cães e gatos" que passam por aquele centro.

O número de cães e gatos que o ano passado deram entrada no centro de recolha municipal foi "o maior de sempre" - 1 689 (1 527 em 2010, 1 544 em 2009), sendo sobretudo animais com menos de três meses de idade, fruto de "ninhadas indesejadas" e em idade avançada, disse hoje aos jornalistas a médica veterinária da CMC, Filomena Ramalho.

"Muitos dos animais foram entregues pelos próprios donos, uns por doença outros pela agressividade (23 de raças perigosas)", disse a especialista, referindo que 435 foram adotados e cerca de mil abatidos (709 por doença, 277 por agressividade e 28 por sobrelotação do canil/gatil).

Na apresentação da campanha de esterilização, o diretor da UVG, Humberto Rocha, defendeu que as associações protetoras "não podem continuar a ser mais um depósito de animais errantes", sugerindo um paradigma assente na criação de redes de famílias de adoção e constituição de um banco alimentar animal.

Em Coimbra existe uma associação protetora de animais que não dispõe de um abrigo, apresentando no seu site como "uma das suas maiores necessidades" o apoio por parte de "famílias de acolhimento temporário" de cães e gatos abandonados.

A médica veterinária da CMC alerta que a recolha de animais vadios/abandonados "não é legal", pois a legislação obriga as associações a terem instalações licenciadas.

"Desconhecemos casos de pessoas que recolhem animais, sabemos só quando temos queixas da vizinhança, pelo barulho ou salubridade", disse Filomena Ramalho, citando um caso, "detetado há tempos" no concelho, de 20 cães numa habitação.

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