Caixa perdeu 1300 milhões com créditos de grandes devedores
Não têm nome, mas acumulam dívidas. O Banco de Portugal revelou esta terça-feira uma extensa lista de quadros com os grandes devedores dos bancos portugueses. Das oito instituições que receberam fundos públicos, e que foram por isso escrutinados ao abrigo da nova lei, o Novo Banco é o mais exposto aos grandes devedores.
O banco que nasceu da resolução do Banco Espírito Santo em 2014 acumulava, a 30 de junho de 2018, uma exposição 4 471 milhões de euros aos grandes devedores. Deste montante, 3 488 milhões dizem respeito a crédito concedido. O restante é referente a participações em instrumentos de capital.
Em resultado, o banco constituiu imparidades no valor de 2 420 milhões de euros. As perdas efetivas, ou de muito difícil recuperação, ascendem a 3 542 milhões de euros.
A lista de grandes devedores de crédito do Novo Banco é composta por 33 "nomes", que à data de referência deviam, cada um, mais de 43,3 milhões de euros à instituição. No entanto, a lista poderá ser mais extensa, uma vez que as perdas assinaladas apenas dizem respeito aos cinco anos anteriores a junho de 2018. Entre os "nomes" que constam na lista, há três devedores que resultaram, cada um, em perdas superiores a 100 milhões de euros para o Novo Banco.
Já a Caixa Geral de Depósitos (CGD) totalizava, a 30 de junho de 2017, uma exposição aos grandes devedores de 2 859 milhões de euros. Deste montante, 1 675 milhões de euros dizem respeito a crédito e 1 184 milhões de euros são referentes a participações em instrumentos de capital.
Face às dívidas, a CGD constituiu imparidades totais de 1672 milhões de euros, a maior parte relativas à concessão de crédito. As perdas efetivas do banco estatal, que recebeu fundos públicos por seis ocasiões nos últimos 12 anos, totalizam 1910 milhões de euros. Deste montante, 1334 milhões de euros dizem respeito a perdas derivadas dos chamados créditos ruinosos.
À data de referência, a CGD contava com, pelo menos, 16 grandes devedores de crédito. O maior de todos tinha uma exposição original de 832 milhões de euros e resultou em perdas efetivas de 542 milhões de euros para a Caixa.