Bruno 'Pidá' condenado a 23 anos de prisão

As Varas Criminais do Porto condenaram hoje Bruno Pinto "Pidá" a 23 anos de cadeia, em cúmulo jurídico, pelo seu envolvimento em 2007 no homicídio do segurança Ilídio Correia, entre outros crimes. Um dos cinco principais arguidos foi absolvido. Advogado de Bruno Pinto considera pena “exagerada” e deverá recorrer.
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Num ambiente onde imperava um forte dispositivo policial, as Varas Criminais do Porto condenaram esta manhã Bruno “Pidá” a 23 anos de prisão, em cúmulo jurídico, pela morte do segurança Ilídido Correia em Novembro de 2007, entre outros crimes.

Um homicídio no qual participaram também Fernando Martins "Beckham" (22 anos de prisão), Mauro Santos (21 anos), Ângelo Ferreira "Tiné" (21 anos), bem como uma quinta pessoa que o tribunal não conseguiu identificar, considerou o colectivo de juizes presidido por Manuela Paupério.Absolvido foi Fábio Barbosa, conhecido como “Suca”, que também se encontrava em prisão preventiva, por não ter sido provado o seu envolvimento nos factos em julgamento.

Uma decisão que motivou um dos poucos momentos de emoção de Bruno Pidá, que antes de ser levado para o Estabelecimento Prisional de Custóias abraçou o primo e beijou-o na cabeça. No exterior do Palácio da Justiça, Fábio foi efusivamente recebido por uma pequena comitiva de amigos e familiares, perante o olhar de várias dezenas de populares que ali se juntaram devido ao aparato mediático.

Quanto aos arguidos José Fernando Silva “Leitinhos”, Fernando Guerra “Afia”, Paulo Aleixo “Quinze Dias” e Susana Pinto (irmã de Bruno "Pidá") sofreram condenações desde multa de 1 260 euros a penas suspensas de cadeia (entre um e dois anos e quatro meses).


Sem o cúmulo jurídico, “Pidá” cumpriria 48 anos e sete meses de cadeia. A sua condenação abrange também vários homicídios tentados e, entre outros crimes, detenção ilegal de arma. Bruno Pinto e os outros três condenados, “em conjugação de esforços, efectuaram disparos de forma intensa e sequencial”, relata o acórdão, segundo o qual os homicidas “montaram uma autêntica emboscada" a Ilídio Correia, irmãos e restantes acompanhantes”.

“Só o acaso permitiu que o desfecho não fosse mais dramático”, considerou a magistrada Manuela Paupério, acrescentando que este crime “é só a ponta visível do icebergue" em “negócios” e “domínios” associados a alguns protagonistas da noite do Porto. Referindo-se à personalidade dos homicidas, afirmou que tentam impor-se na sociedade pela agressividade e sublinhou o pouco valor que dão à vida de terceiros.

Os cinco homicidas foram condenados a pagar, solidariamente, indemnizações a familiares das vítimas que ascendem a mais de 170 mil euros, sendo a maior (130 mil euros) para a filha de Ilídio Correia.

Luís Vaz Teixeira, o advogado de "Pidá" considerou a pena "exagerada" e anunciou que vai recorrer. Já a mandatária da família de Ilídio Correia, Sónia Carneiro, considerou-se satisfeita com o acórdão e com as indemnizações fixadas, esperando agora que os assistentes as venham a receber.

Além do homicídio de Ilídio Correia - ocorrido na madrugada de 29 de Novembro de 2007 - estavam em causa, entre outros episódios violentos, um tiroteio ocorrido cerca das 24 horas no túnel da Ribeira, pelo qual não houve condenações. Em causa estavam ainda confrontos físicos a 25 de Agosto de 2007, na discoteca "La Movida" - entre "Pidá" e Natalino Correia, irmão da vítima mortal - que terão gerado a espiral violenta levantada.

No âmbito do dossier Noite Branca, investigado sob direcção da procuradora Helena Fazenda, continuam sem acusação deduzida os dois casos mais mediáticos: o homicídio do empresário Aurélio Palha, dono da discoteca Chic, a 27 de Agosto de 2007, e o assassinato do segurança Alberto Ferreira ("Berto Maluco"), a 10 de Dezembro do mesmo ano.

O primeiro processo resultante da operação "Noite Branca" chegou às Varas Criminais do Porto em Março do ano passado, altura em que aquele tribunal condenou Hugo Rocha pela morte do segurança Nuno Gaiato, na antiga discoteca El Sonero, Porto, a 13 de Julho de 2007.

Já a 11 de Agosto de 2009, Mauro Santos, um dos arguidos deste conjunto de processos, foi condenado a cinco anos e três meses de cadeia, num caso investigado também pela equipa da "Noite Branca" e relacionado com tráfico de droga. O arguido recorreu do acórdão.

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