Brindar a Fellini e descobrir o novo Pinóquio na Festa do Cinema Italiano

De 1 a 9 de abril, a Festa do Cinema Italiano regressa a Lisboa, estendendo-se a mais de<br/> uma dezena de cidades, do Porto a Loulé, até 24 de maio.
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No ano das comemorações do centenário do mestre Federico Fellini, a Festa do Cinema Italiano vai abrir - veja-se a curiosidade - com um filme que traz de volta ao grande ecrã o ator protagonista do derradeiro filme dele (A Voz da Lua): Roberto Benigni. O famoso criador de A Vida é Bela surge na figura envelhecida do carpinteiro Geppetto, diante do seu boneco de madeira, na nova versão do clássico infantil de Carlo Collodi, assinada por Matteo Garrone, realizador a quem não é estranha uma certa linguagem de fábula; basta pensar em O Conto dos Contos ou no anterior Dogman, de expressão realista. Pinóquio, cuja grande referência popular é a animação da Disney, conheceu também uma adaptação de
Benigni, e é na língua original do seu autor que regressa agora à tela, depois da exibição no Festival de Berlim.

A começar assim, em tom de fantasia, a Festa terá como filme de encerramento As Coisas que Nos Fazem Felizes, de Gabriele Muccino, realizador conhecido por outro título radioso: Em Busca da Felicidade, com Will Smith. Entre 1 e 9 de abril, em Lisboa - passando por outras cidades, de norte a sul, até 24 de maio - a 13ª edição deste festival que se pauta pelo encontro da mais recente produção italiana com revisitações ao passado da cinematografia do país, apresenta um programa recheado de antestreias, com sessões especiais, gastronomia e toda uma secção de homenagem dedicada a Fellini (numa parceria com a Cinemateca), onde cabem uma retrospetiva integral, um documentário de Wes Anderson
(Fantastic Mr. Fellini), uma exposição e, entre outros eventos, o habitual Cine-Jantar, que este ano será acompanhado da exibição de Amarcord (1973), um dos títulos emblemáticos do cineasta, a evocar a sua terra natal, Rimini.

Das antestreias, um dos destaques que se impõe é Martin Eden, de Pietro Marcello, uma adaptação livre do romance autobiográfico de Jack London. Há também L'uomo del labirinto, de Donato Carrisi, um thriller com Dustin Hoffman e Toni Servillo. E de entre as comédias, o sublinhado vai para Figli, de Giuseppe Bonito, à volta do stress da paternidade, com um dos mais estimados atores italianos da sua geração, Valerio Mastandrea. De resto, o peso pesado é o documentário Era Uma Vez a Máfia, de Franco Maresco (vencedor do Prémio Especial do Júri no Festival de Veneza), que se caracteriza por um olhar sarcástico e, ao mesmo tempo, nostálgico sobre as memórias da Máfia siciliana, que será aqui complementado pela exposição Mafia, Passione... Amore, da fotógrafa Letizia Battaglia, uma das protagonistas do filme.

Nas sessões especiais serão exibidos os dois primeiros episódios da segunda temporada da série A Amiga Genial, baseada na saga íntima de estrondoso sucesso da escritora Elena Ferrante, havendo também uma curta-metragem de Luca Guadagnino com Julianne Moore, The Staggering Girl. A novidade da programação deste ano chama-se realidade virtual. É uma secção centrada nas produções italianas que exploram essa componente cinematográfica.

Em Lisboa, as sessões da 13ª Festa do Cinema Italiano terão lugar em diferentes espaços:
Cinema São Jorge, Cinemas UCI - El Corte Inglés e Cinemateca.

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