Bolsonaro já escolheu o seu quarto ministro da educação
Renato Feder deve ser formalizado a qualquer momento como novo ministro da educação do Brasil. O escolhido de Jair Bolsonaro tem 42 anos e é o atual secretário de educação do estado do Paraná.
Sucede a Carlos Decotelli, que teve passagem relâmpago pelo ministério, ao ser forçado a demitir-se já esta semana após terem sido detetadas falsidades no seu currículo académico.
Antes de Decotelli, esteve no cargo por quase um ano e meio Abraham Weintraub, acusado de injúrias do Supremo Tribunal Federal, de racismo para com a China, de falhas em série no exame nacional de ensino médio e de cometer erros ortográficos, entre outras críticas e controvérsias.
O primeiro ministro da educação de Bolsonaro, entretanto, fora Ricardo Vélez, que classificou os brasileiros em viagem ao estrangeiro de "canibais" e queria determinar que todas as escolas cantassem o hino e repetissem o slogan de campanha do presidente.
Vélez, no entanto, caiu por causa de conflitos no ministério entre duas das mais poderosas alas do governo, a dos militares e a ideológica, liderada pelo filósofo Olavo de Carvalho e pelos filhos do presidente. Weintraub foi uma escolha desta segunda ala. Decotelli, por sua vez, um nome proposto pelos generais.
A opção de Bolsonaro por Feder surge nesse contexto: o secretário da educação do Paraná é considerado equidistante. Agradará sobretudo, a uma terceira ala, o "centrão", bloco de partidos sem ideologia de quem o presidente se aproximou ao longo do mandato, por ter trabalhado com o governador paranaense Ratinho Junior, que pertence ao PSD, membro desse "centrão"
Feder é formado em gestão pela Fundação Getúlio Vargas e tem mestrado em economia pela Universidade de São Paulo. Segundo a secretaria de Educação do Paraná, o secretário tem histórico de dez anos como professor de matemática em escolas e também de diretor de instituições de ensino por oito anos.
"A educação precisa de estratégias pedagógicas inovadoras e de políticas públicas mais eficientes, capazes de dar suporte aos professores na missão de ensinar e de permitir que nossas crianças e jovens possam aprender mais", disse em entrevista recente à imprensa do Paraná.
Além de profissional da educação, também foi CEO da empresa de informática Multilaser entre 2003 e Responde nessa qualidade a um processo por suspeita de fraude fiscal de 3,2 milhões de reais.
Feder, ao contrário do presidente, foi defensor do isolamento social causado pelo novo coronavírus que considerou "uma situação horrível".