Barack Obama pai: o economista queniano que marcou pela ausência
"Eu sei o que é ter um pai ausente. Decidi há muito que era minha obrigação quebrar o ciclo - que se podia ser qualquer coisa na vida, tinha pelo menos de ser um bom pai para as minhas filhas", afirmou Barack Obama em 2008 num discurso em Chicago no Dia do Pai. Filho de uma americana branca do Kansas e de um estudante queniano, os pais do presidente dos EUA separaram-se quando ele tinha dois anos. E Barry, como era conhecido em criança, só voltaria a ver Barack Obama Sénior (Sr.)uma vez, numa visita deste ao Havai em 1971.
Acabado de chegar aos EUA em 1960 ao abrigo de uma bolsa do governo, Barack Obama Sr. conheceu Ann Dunham numa aula de russo na universidade de Havai. Ele tinha 24 anos, ela 17. Apesar de em muitas zonas dos EUA os casamentos inter-raciais ainda serem proibidos, os dois casaram no ano seguinte e a 4 de agosto nascia Barack Obama Jr. O queniano deixara mulher e filhos no seu país, mas garantiu a Dunham estar divorciado. A relação chegou ao fim em 1963. Obama Sr. foi estudar para Harvard, deixando Ann e o filho no Havai.
Nascido em 1936 nas margens do Lago Victoria, na então colónia britânica do Quénia, Obama Sr. teve uma infância marcada pela dureza do pai, Onyango. Aluno brilhante, cedo revelou jeito para os números, decidindo formar-se em Economia.
No Havai destacava-se pelas roupas extravagantes, a oratória poderosa, e pelos passos de dança audaciosos. Um charme que o tornou irresistível aos olhos de Dunham. No Quénia deixara Kezia Aoko, como ele membro da etnia luo, e os dois filhos. Mas quando a Imigração lhe perguntou porque não dissera ser casado, Obama Sr. respondeu que não se sentia assim.