Baleia-anã foi removida e incinerada
A baleia-anã que no domingo apareceu morta na praia da Salgueira, na Póvoa de Varzim, foi removida e transportada para a Lipor (Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto) onde foi incinerada. O facto do corpo do cetáceo se encontrar em adiantado estado de decomposição evitou que fosse feita a necropsia em tempo útil.
Desconhecem-se assim as causas da morte da baleia-anã, macho, com 7,5 metros de comprimento e cinco toneladas de peso e que fez as delícias das centenas de curiosos, na tarde de domingo, naquela praia poveira. "É um tipo de cetáceo muito comum nas águas territoriais portuguesas, sendo vulgar darem à costa quando morrem", afirmou ao DN Miguel Couchinho, biólogo e investigador do Projecto Delfim, entidade que tem estudado em profundidade a comunidade de golfinhos existentes no estuário do rio Sado.
O número de indivíduos da comunidade de baleias-anãs na costa portuguesa é desconhecido. Ao contrário dos golfinhos, concentram-se mais afastados da costa, evitam o contacto com os humanos, sendo a sua observação mais difícil. Quando dão à costa já sem vida são várias as explicações para o facto. "Ou porque são indivíduos idosos, ou morrem por doença devido aos parasitas ou porque são feridos por utensílios de pesca", acrescenta Miguel Couchinho. Seja como for, sempre se registaram, embora pontuais, casos de corpos de baleias dados à costa. Tanto da baleia-anã como da baleia-piloto, da baleia-sardinheira ou de golfinhos, as espécies mais comuns nas nossas águas, exceptuando nos Açores onde as baleias de grande porte são comuns. Ainda mais raramente surgem outros cetáceos mortos nas praias, mas tratam-se de espécies que circulam de passagem.