ARCOlisboa 2022 regressa com quatro dias dedicados a museus e instituições da cidade
Esta quinta-feira, 19 de maio, dia da feira dedicado exclusivamente para colecionadores e profissionais de arte, será inaugurada pelo presidente Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, às 17h30.
A partir de sexta-feira, 20 de maio e até 22 a feira abre ao público.
No evento, organizado pela IFEMA MADRID e pela Câmara Municipal de Lisboa, vão estar presentes 65 galerias de 14 países, das quais 43 integram o Programa Geral, 13 integram a curadoria Opening Lisboa e 9 integram a secção África em Foco
Algumas galerias vão ter a sua estreia, como é o caso de Elvira González, Galeria 111, Galería de las Misiones, Heinrich Ehrhardt, Rosa Santos ou as galerias austríacas Lukas Feichtner Galerie e Zeller Van Almsick. A estas juntam-se outras galerias que voltam este ano à feira, como Cristina Guerra Contemporary Art, Fernando Santos, Pedro Cera, Pedro Oliveira, Vera Cortês e outras galerias internacionais como Alarcón Criado, Greengrassi, Helga de Alvear, Juana de Aizpuru, Krinzinger e Leandro Navarro.
O programa África em Foco vai focar-se na investigação da arte contemporânea do continente africano, com a participação de 9 galerias selecionadas por Paula Nascimento.
Em declarações à agência Lusa Pedro Cera, do Comissão Organizadora, disse à agência Lusa estar convicto de que o certame conquistou o seu lugar em Portugal.
"Esta feira afirmou-se de uma forma mais ou menos rápida e consistente no mercado nacional", avaliou Pedro Cera, que também é galerista, acrescentando que "os colecionadores portugueses já a incorporaram no seu plano anual de feiras".
Membro da equipa que seleciona as galerias, desde o início da feira em Lisboa, Pedro Cera está convicto de que "existia uma lacuna [em Portugal] e foi preenchida com esta feira", cujo modelo de origem está em Madrid, Espanha, onde já teve 40 edições.
Relativamente aos colecionadores internacionais, Pedro Cera diz que a "oferta é imensa, há muitas alternativas e inúmeras feiras de arte, portanto é preciso continuar a investir na melhoria de qualidade das apresentações e das galerias presentes na ARCOlisboa para continuar a tentar chegar a patamares de mais elevados, e conseguir que viajem de propósito a Lisboa".
Todos os anos, o certame organiza um programa internacional dirigido a colecionadores, e este ano não é diferente - foram convidados cerca de uma centena.
"Esperemos que, além disso, apareçam outros que constituem a novidade, e que se possam tornar clientes habituais da feira", estimou o galerista.
Questionado pela Lusa sobre o balanço das vendas na ARCOlisboa aos longo dos últimos quatro anos, Pedro Cera disse que não é possível fazer uma avaliação de valores concretos.
"As vendas numa feira têm situações diferentes de sucesso em cada ano. É muito difícil avaliar de uma forma geral, mas quando uma galeria regressa, é porque, provavelmente, ficou satisfeita com o volume de negócios. De contrário não regressaria. Eu tenho a convicção de que o balanço é largamento positivo, porque há mais galerias que regressam do que aquelas que não regressam", sustentou.
Sublinhou ainda que "o mercado português não tem um grau de comércio de arte contemporânea igual a outros, mas, mesmo assim, tem toda a justificação a existência da feira [ARCOlisboa]".
Sobre as novidades do certame deste ano, que completa cinco anos de existência, revelou que foi feita uma limitação do número de artistas que se apresentam nos expositores em proporção dos metros quadrados.
"Entendeu-se que era importante privilegiar uma leitura mais aprofundada dos artistas apresentados, portanto pretende-se que as galerias, pelo menos tendencialmente, não apresentem apenas uma obra por artista, mas um corpo de obras, para que o visitante tenha uma noção mais completa do trabalho dos artistas exibidos", explicitou.