Aquecimento global vai reduzir glaciares asiáticos em um terço até 2100
O aquecimento global vai derreter pelo menos um terço dos glaciares montanhosos da Ásia até ao fim deste século, o que poderá afetar milhões de pessoas, de acordo com um novo estudo publicado na Nature .
Este até é, inclusivamente, a previsão mais otimista da equipa de investigadores, tendo por base que o planeta não passa dos 1,5 graus Celsius, o que é também, por si, uma previsão bastante otimista. Um estudo publicado em julho na Nature Climate Change dizia que as chances de o aquecimento ficar abaixo dos dois graus é apenas de 5%. abaixo dos 1,5 graus? 1%, diz o Guardian . Estes dados dificultam os objetivos do Acordo de Paris, de 2015, em que quase 200 países assumiram o objetivo de limitar o aquecimento bem para baixo dos 2 graus, enquanto se esforçariam para alcançar os 1,5 graus.
"Alcançar o objetivo de 1,5 graus será uma tarefa de dificuldades sem precedentes. E mesmo assim, 36% (tendo em conta uma margem de erro de 7%) da massa de gelo nas altas montanhas da Ásia deverá desaparecer" até 2100.
Com o aquecimento de 3,5, 4 e 6 graus, os glaciares poderão perder 49%, 51% e 65%, respetivamente, diz também o estudo.
As altas montanhas da Ásia, e os seus glaciares, são importantes para alguns dos maiores rios do mundo, como o Ganges, e poderão afetar a capacidade de acesso da população a água.
Para possíveis aumentos ainda maiores da temperatura, os investigadores preveem um aumento do nível do mar que poderá devorar a terra, e existirem secas e cheias mais frequentes. Com isto, poderão perder-se espécies e espalharem-se doenças entre a população humana.
"Mesmo que as temperaturas estabilizem. A perda de massa dos glaciares irá continuar nas próximas épocas", diz a equipa. Assim, "é essencial minimizar o aumento da temperatura" no planeta.
A população do sul da Ásia e da China depende da água que vem dos glaciares dos Himalaias para ter água para beber, eletricidade e irrigação. Ao mesmo tempo, com o aumento da temperatura global, a região ficará mais vulnerável a cheias, chuvas fortes e super tempestades, explica o jornal inglês.