Aplicação portuguesa entra ao serviço da OMS

A aplicação made in Portugal permite fazer o planeamento de recursos humanos e físicos na resposta à pandemia de covid-19 e é agora uma ferramenta utilizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Foi desenvolvida pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e pela empresa Glintt.
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Quando é que está previsto começarem a faltar camas para os doentes? E qual o número necessário de médicos, enfermeiros e técnicos auxiliares para o combate à pandemia de covid-19?. Estas são algumas das perguntas que podem ser respondidas através da aplicação portuguesa ADAPTT Surge Planning Support Tool, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) começou esta quarta-feira a utilizar como "um instrumento global para o planeamento de necessidades para a resposta à covid-19", podendo ser um contributo para a tomada de decisões.

A aplicação made in Portugal, que já foi disponibilizada ao Ministério da Saúde português e que começou a ser usada na semana passada em testes por vários países que pertencem à OMS, foi desenvolvida pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) e pela empresa Glintt - Global Intelligent Technologies -, uma multinacional de consultoria e serviços tecnológicos na área da saúde, em colaboração com a OMS.

Trata-se de uma ferramenta gráfica, baseada em Excel, para ser utilizada por "especialistas seniores em planeamento de cuidados de saúde e decisores políticos", pode ler-se na página da OMS.

Com a ADAPTT, os diferentes estados-membros da OMS podem visualizar as informações de planeamento de recursos para fazer face a epidemias. Estes são alguns dos exemplos que a aplicação permite:

- O número de camas necessário. Mostra os dados totais, para os casos moderados e graves (oxigenoterapia) e críticos (incluindo ventilação mecânica, terapia de substituição da função renal e e oxigenação por membrana extracorpórea );

- As datas de escassez prevista de cada tipologia de camas;

- Os recursos humanos detalhados necessários, particularmente diferentes especialidades e competências de médicos, enfermeiros e técnicos auxiliares de saúde.

Determinar recursos humanos face à probabilidade de infeção dos profissionais de saúde

A 30 de março, a aplicação foi disponibilizada ao Ministério da Saúde português e é um instrumento de trabalho que está em evolução. "As entidades continuam a desenvolver esforços para a evolução desta ferramenta, nomeadamente para o apoio na previsão de quantidades de produtos [equipamento de proteção individual e reagentes para testes] e recursos humanos necessários na comunidade", explica a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares. A APAH adianta que as entidades portuguesas acordaram libertar esta ferramenta em open source.

Na aplicação ADAPTT é possível introduzir "práticas e atividades hospitalares, capacidade de diferentes tipologias de camas e de recursos humanos".

A APAH refere que a aplicação permite ainda "determinar os incrementos de necessidade de recursos humanos devido à probabilidade de infeção dos profissionais de saúde".

Atualmente traduzida em cinco línguas (Inglês, Russo, Espanhol, Português e Árabe), a aplicação portuguesa começou a ser utilizada na semana passada "em testes por vários países das diferentes regiões da OMS".

A ADAPTT Surge Planning Support Tool é uma "ferramenta é flexível", que permite aos utilizadores dos vários países a possibilidade de inserirem "os seus dados epidemiológicos, variem os cenários de mitigação (ao usar o modelo epidemiológico ilustrativo da ferramenta) e adaptem a ferramenta a diferentes taxas de ataque", esclarece a APAH.

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