Apenas Jorge Jesus fez melhor do que Rui Vitória na era Vieira
Pouco consensual desde que assumiu o comando da equipa principal do Benfica no verão de 2015, Rui Vitória deixou a Luz na quinta-feira com o segundo melhor registo da era Luís Filipe Vieira, sendo apenas suplantado por Jorge Jesus (tangencialmente) em percentagem de vitórias e títulos ganhos.
Em três anos e meio com a gravata encarnada, o treinador ribatejano guiou o Benfica a 125 vitórias em 184 jogos, o que perfaz uma percentagem de 67,93, e à conquista de seis troféus: dois campeonatos, duas Supertaças, uma Taça de Portugal e uma Taça da Liga.
Desde que Vieira se tornou presidente, ou até mesmo nos últimos 25 anos, só Jesus superou Rui Vitória, com uma percentagem de triunfos de 70,09 (225 em 321) e a conquista de dez troféus em seis épocas: três campeonatos, uma Supertaça, cinco Taças da Liga e uma Taça de Portugal. No entanto, nos primeiros três anos e meio, o amadorense só tinha arrecadado um campeonato e três Taças da Liga...
Se a distância percentual de vitórias entre um e outro é de 2,16 pontos, o fosso é muito maior quando olhamos para os números dos outros treinadores que passaram pelo Benfica durante os sucessivos mandatos de Vieira.
José António Camacho, técnico em funções quando o presidente encarnado assumiu o cargo a 31 de outubro de 2003, foi o que ainda assim se aproximou mais, com 59,63% de vitórias em duas passagens pela Luz, primeiro entre 2002 e 2004, tendo conquistado uma Taça de Portugal ao FC Porto de José Mourinho, e depois em 2007-08.
Bastante próximo do treinador espanhol ficou o atual selecionador nacional, Fernando Santos, que em toda a temporada 2006-07 e no arranque de 2007-08 venceu 59,18% dos seus jogos. Só depois surgem os nomes de Giovanni Trapattoni (56,86%), campeão em 2004-05; Ronald Koeman (55,1%), vencedor da Supertaça em 2005; Quique Flores (52,27%), vencedor da Taça da Liga em 2008-09, e Fernando Chalana (30%), interino em 2007-08.
Além dos de Jorge Jesus, para encontrar registos superiores aos de Rui Vitória em percentagens de vitórias é necessário recuar ao tempo do sueco Sven-Göran Eriksson, que entre 1982 e 1984 e entre 1989 e 1992 venceu 67,95% dos jogos disputados pelo Benfica, além de ter conquistado três campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça, numa altura em que ainda nem se sonhava com a criação da Taça da Liga.
A escolha do novo treinador está para breve. A equipa para já é orientada por Bruno Lage, mas há dois nomes bem colocados.
Rui Faria, o discípulo de Mourinho
Aos 43 anos e depois de 17 épocas como adjunto de Mourinho, Rui Faria está pronto para iniciar a carreira como treinador principal. Deixou o Man. United no final da época passada e tirou um período sabático para passar mais tempo com a família. O DN sabe que o técnico encara com bons olhos a possibilidade de iniciar a carreira a solo no Benfica. Seria sempre uma incógnita, uma vez que o único currículo que apresenta é como adjunto de um dos melhores treinadores do mundo. Tirou a licenciatura em Desporto e Educação Física na Universidade do Porto, tendo iniciado o seu percurso em 2001 na U. Leiria, como braço direito de Mourinho, com quem foi para o FC Porto, Chelsea, Inter Milão, Real Madrid e Manchester United.
Luís Castro, um ás na formação
Luís Castro, 57 anos, iniciou a sua carreira de treinador em 1998 no Águeda. Após vários anos nas divisões secundárias, chegou à I Liga através do Penafiel. Em 2006 iniciou um percurso de sete anos como coordenador da formação do FC Porto. Na época 2013-14 assumiu a equipa B dos dragões e acabou promovido à formação principal para render Paulo Fonseca. Uma experiência curta e de pouco sucesso. Regressou à equipa B, com a qual conquistou o título da II Liga (2015-16). Em novembro de 2016 conduziu o Rio Ave ao 7.º lugar da I Liga. Seguiu-se depois um bom trabalho em Chaves (6.º lugar). Neste ano está a fazer renascer o V. Guimarães. A aposta do Benfica seria na perspetiva do bom trabalho na área da formação.