O almirante Silva Ribeiro entregou esta semana à tutela o texto sobre os termos do apoio a dar pelos militares às Forças e Serviços de Segurança (FSS), o qual poderá ser assinado em breve "se politicamente for considerado aceitável"..Em entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, divulgada esta quinta-feira, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) diz que a elaboração do documento com a Secretária-Geral do Sistema de Segurança Interna (SGSSI) levou "mais de um ano" devido aos "preconceitos de parte a parte" quanto à condução das operações no terreno..Em causa está o apoio a dar pelas Forças Armadas às FSS em "condições extremas" - como ataques terroristas - "que não têm a ver com o estado de sítio e o estado de emergência", mas nas quais as polícias já não tenham meios e capacidades suficientes de resposta..Segundo a lei, "o estado de sítio ou o estado de emergência só podem ser declarados nos casos de agressão efetiva ou iminente por forças estrangeiras, de grave ameaça ou perturbação da ordem constitucional democrática ou de calamidade pública"..O estado de sítio é a única situação constitucional e legalmente prevista em que "as forças de segurança [...] ficarão colocadas, para efeitos operacionais, sob o comando do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, por intermédio dos respetivos comandantes-gerais"..Na entrevista, o CEMGFA voltou a alertar para o problema que há anos os chefes militares dizem existir, de falta de efetivos, a qual "é insustentável" prolongar quando os militares "têm de repetir muitas vezes as missões"..Essa falta de efetivos é atualmente de pelo menos quatro mil militares, pois há "só 26 mil" para um intervalo previsto de 30 mil a 32 mil - sendo que Portugal emprega anualmente menos de 3000 efetivos nas missões externas..Um elemento central para inverter a pouca atratividade das Forças Armadas junto dos jovens e, em especial, a dificuldade em os reter nas fileiras passa por aumentar os salários das praças, enfatizou o CEMGFA - pois "a discrepância entre [os vencimentos] de uma praça do quadro permanente e um agente da PSP ou guarda da GNR é, na mesma categoria, quase de 400 euros".."Há que resolver a discrepância entre corpos do Estado com funções equivalentes", insistiu o almirante Silva Ribeiro, acrescentando: "Há outras questões, as infraestruturas, os alojamentos, estão degradados e os jovens não estão dispostos a viver em instalações daquelas."