Pela primeira vez em mais de três décadas e devido à pandemia, o lendário festival internacional Jazz em Agosto foi cancelado, mas tal não significa que não se vá ouvir jazz no Anfiteatro ao Ar Livre da Fundação Gulbenkian. A solução encontrada para manter viva a tradição foi substituir o evento por um novo ciclo de concertos, batizado de Jazz 2020, que segundo o programa será dedicado "ao jazz de vanguarda e à música improvisada nascidos em Portugal" e tem como principal objetivo "apoiar o regresso dos músicos portugueses de jazz ao palco e ao reencontro com o público"..O critério de seleção passou por apresentar "alguns dos projetos nacionais mais relevantes da atualidade, responsáveis por alguns dos discos e atuações ao vivo que mais marcaram o último ano da cena jazz em Portugal". Para esta primeira edição do Jazz 2020 (e porventura única) foi também estabelecida uma parceria entre a Fundação Gulbenkian, o Jazz ao Centro Clube e a Associação Porta-Jazz, para um total de 10 concertos que têm início já esta sexta-feira (31 de julho): seis em Lisboa, no Anfiteatro ao Ar Livre da Fundação Gulbenkian, a cargo de Coreto (31 jul), Susana Santos Silva (1 ago), Angelica Salvi + The Selva (2 ago), Daniel Bernardes & Drumming GP (7 ago), João Lencastre (8 ago) e Lantana + João Mortágua (9 ago); dois em Coimbra, na Casa das Artes Bissaya Barreto, com Luís Vicente, Hugo Antunes e Pedro Melo Alves (1 ago) e TGB III (8 ago); E outros dois no porto, no quintal da Sala Porta Jazz, com Toscano - Pinheiro - Mira - Ferrandini (2 ago) e André Rosinha Trio (9 ago) Anfiteatro da Fundação Gulbenkian, Lisboa. 31 jul a 2 ago e 7 a 9 ago, 21.30. €10 Casa das Artes Bissaya Barreto, Coimbra. 1 e 8 ago, 18.00. €10 Sala Porta Jazz, Porto. 2 e 9 ago, 19.30. €10.Noites do Palácio, Porto António Zambujo e The Black Mamba são os artistas que, respetivamente, hoje e amanhã vão dar início a um ciclo de concertos ao ar livre nos Jardins do Palácio de Cristal, apresentado pela Câmara do Porto como "o primeiro grande evento organizado na cidade após a fase desconfinamento". Os concertos, sempre à sexta e ao sábado, vão prolongar-se durante quatro fins-de-semana e além dos nomes já citados, vão contar com a presença de alguns dos maiores nomes da música nacional, como é o caso de HMB (7), Gisela João (8), Jorge Palma (14), Diogo Piçarra (15), Blind Zero (21) e Rui Veloso (22). Jardins do Palácio de Cristal, Porto. 31 jul a 22 ago, 21.00. €10.Noites de Verão, Gaia Em Gaia também haverá música ao vivo durante os quatro primeiros fins-de-semana de agosto, com um ciclo de oito espetáculos no Estádio Municipal da Lavandeira, inicialmente marcados para julho, mas entretanto adiados por decisão da organização e da autarquia local. O primeiro a subir ao palco é Herman José, hoje à noite, e amanhã será a vez de Mariza, seguindo-se Ana Moura (7), Pedro Abrunhosa (8), José Cid (14), Miguel Araújo (15), Carolina Deslandes (21) e Xutos & Pontapés (22). É obrigatório o uso da máscara até chegar ao lugar, que será sentado e com espaços livres entre espectadores. Estádio Municipal da Lavandeira, Gaia. 31 jul a 22 ago, 22h. €10.Devesa Sunset, Vila Nova de Famalicão Iniciados em 2015, os concertos de fim-de-tarde no Parque da Devesa também não deixaram de se realizar este ano. Pelo contrário, regressaram numa versão alargada de dois meses, o que significou o dobro dos concertos das edições anteriores. A iniciativa está inserida no programa "Anima-te", promovido pela autarquia local durante o verão e conta com um concerto semanal, sempre à sexta, pelas 19 horas, junto ao lago do parque, numa área limitada a 880 espectadores, de acordo com as condições impostas pela DGS. A entrada é livre, mas sujeita ao levantamento obrigatório de ingresso na bilheteira do parque, durante as 3 horas que antecedem o evento. Já por lá passaram Noiserv, Márcia, Janeiro e hoje é a vez de Benjamim, seguindo-se até ao final do mês de agosto as atuações de Edu Mundo (7), Sílvia Pérez Cruz (14), André Júlio Turquesa (21) e Samuel Úria (28), a quem cabe encerrar este Devesa Sunset em versão pandemia. Parque da Devesa, Vila Nova de Famalicão. Até 28 ago, 19h. Livre.Noites de Verão, Lisboa Há mais de uma década que as Noites de Verão, uma co-produção entre a Filho Único, a EGEAC, as Galerias Municipais de Lisboa e o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado são um marco cultural durantes os meses de agosto e setembro na capital, tal como este ano não deixará de acontecer. Nesta décima-primeira edição, os concertos realizam-se durante o mês de agosto no Jardim das Esculturas do Museu Nacional de Arte Contemporânea, mudando-se a partir de setembro para a Galeria Municipal Quadrum, no Jardim dos Coruchéus. Em ambos os locais e segundo a organização, "os concertos realizam-se respeitando as normas em vigor e as distâncias de segurança entre lugares". A lotação será limitada, é recomendado o uso de máscara e será disponibilizado gel desinfetante. Posto isto, vamos finalmente ao que interessa, o programa, que como é habitual volta a incidir nas franjas mais alternativas e experimentais da música. O primeiro a subir ao palco do MNAC, já no dia 7 de agosto, é Nuno Rebelo, antigo membro dos Mler Ife Dada e um dos pioneiros da música eletrónica experimental em Portugal. Sempre à sexta, segue-se o coletivo Banda Fetra, composto por músicos da editora Cafetra (14), a trompetista, improvisadora e compositora sediada em Estocolmo Susana Santos Silva (21) e o virtuoso tocador de kora Braima Galissá, considerado um dos grandes embaixadores da música e da cultura da Guiné-Bissau em Portugal (28). Em setembro os concertos passam a ser em dose dupla e contam com as atuações de Violet, BLEID e Odete (4), Ricardo Toscano & Gabriel Ferrandini e Co$tanza"s Post MODEM Orchestra (11), Sereias e Sirius (18) e para fechar em festa foi organizada uma noite Príncipe, mas em versão fim de tarde e ao ar livre, com a presença de DJ Nigga Fox, Niagara e DJ Marfox. Jardim das Esculturas do Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa. 7 a 28 ago, 19h. Livre Galeria Municipal Quadrum, Jardim dos Coruchéus, Lisboa. 4 a 25 set, 19h. Livre.Figueira Jazz Fest, Figueira da Foz É com um encontro no mínimo improvável que tem início, a sete de agosto, este novo festival, dedicado exclusivamente ao jazz feito em Portugal. No mesmo palco vão-se juntar-se duas das maiores vozes nacionais, as cantoras Maria João e Maria Anandon, para interpretarem um conjunto de standards, acompanhadas de um quinteto formado por alguns dos melhores músicos da nova geração do jazz português. O festival prolonga-se depois, sempre ao fim-de-semana, com as atuações do saxofonista Nanã Sousa Dias (15), do projeto Mano a Mano, que junta os André Santos e Bruno Santos com a cantora Rita Redshoes e o trio de Cordofones da Madeira (22), da Orquestra de Jazz da Escola de Artes do CAE (28) e do trio Elas e o Jazz, composto pelas cantoras Joana Machado, Mariana Norton e Marta Hugon (29). Jardins do Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz. 7 a 29 ago, 22h. Livre.Noites no Paço, Arcos de Valdevez Pelo quinto ano consecutivo o ciclo "Noites no Paço de Giela" volta a trazer a música a este bonito monumento nacional, cuja origem é anterior à própria nacionalidade. Teve início em meados de julho, mas o programa de agosto inclui ainda dois concertos, sempre ao sábado, a cargo dos Birds Are Indie (15) e da harpista espanhola radicada no Porto Angélica Salvi (29). Paço de Giela, Arcos de Valdevez. 15 e 29 ago, 22h. Livre.Que Jazz É Este?, Viseu A cumprir a oitava edição, o festival apostou este ano num formato especial devido à pandemia, com cinco dias de atividades não consecutivos, sempre à quarta-feira. Cada um dos dias começará com um programa de rádio, transmitido desde o Rossio, haverá Jazz na Rua e Jazz ao Domicílio a percorrer a cidade, música para crianças e, claro, muitos concertos, em locais como o jardim da Casa do Miradouro, na Cooperativa Carmo81 e no Parque Aquilino Ribeiro, onde atuarão os cabeças de cartaz de cada noite: Trolls Toy (12 ago), João Guimarães Grupo (26 ago), Colectivo Gira Sul Azul com Pedro Abrunhosa (9 set) e Mário Laginha Trio (30 set). Viseu (vários locais). 12 e 26 ago, 9 e 30 set, 10h. Livre.Lidairada na Comenda, São Pedro do Sul A milenar Quinta da Comenda, que chegou a pertencer a D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, abre este ano os seus portões à música, para assim ajudar a minorar a crise a crise deste setor. A 15 de agosto atua Lula Pena, seguindo-se Tó Trips, a 29, e a 12 de Setembro é a vez da harpista espanhola Angélica Salvi e das Vozes de Manhouce. Os concertos começam às 20h, mas a Quinta abre as portas às 15h, com atividades para adultos e crianças, prova de vinhos, petiscos e mercado de produtos biológicos locais. Quinta da Comenda, São Pedro do Sul. 15 ago a 12 set, 20h. €10.OperaFest, Lisboa Com a direção geral e artística da soprano Catarina Molder e produção da Opera do Castelo, este novo festival tem como objetivo levar a ópera a novos públicos, com uma programação abrangente, variada e bastante irreverente, que vai dos grandes clássicos à ópera de vanguarda, não faltando sequer uma rave ao som de canto lírico. Tem início a 21 de agosto, com a apresentação, no Jardim do Museu Nacional de Arte Antiga, de uma das maiores óperas de sempre, Tosca de Puccini, que Lisboa não vê há doze anos e estará em cena até dia 28. O mesmo local receberá ainda uma Gala de Ópera Surpresa(25 ago) e a Maratona Ópera XXI, um concurso para novas óperas, onde serão apresentados sete espetáculos em estreia absoluta (a 30, 31 ago e 3 e 4 set). O festival muda-se depois para as Carpintarias de São Lázaro, junto ao Martim Moniz, que vão ser palco de conferências, um ciclo de Cine-Ópera e de uma Rave operática com distanciamento social (11 set), onde pop e ópera se contagiam mutuamente, que marcará também a estreia absoluta da micro-ópera "orgásmica" Prazer, de Ana Seara, a compositora em residência desta 1ª edição do festival. Jardim do Museu Nacional de Arte Antiga e Carpintarias de São Lázaro, Lisboa. 21 ago a 4 set, 21h30. €12,5 a €50