Administradores e diretores editoriais de Financial Times e Guardian aceitam reduzir salários

Pandemia agravou a crise nos media com uma quebra nas vendas em banca e na publicidade. O Telegraph é outro dos jornais que já tomou medidas para reduzir custos, tendo optado pelo corte de salários nos departamentos não editoriais.
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Cortar nos salários de administradores e editores e recorrer ao lay-off. Estas são algumas das medidas que Financial Times, Guardian e Telegraph decidiram adotar para fazer face à crise que afeta os media um pouco por todo o mundo, devido à pandemia de covid-19. Embora tenham registado um aumento do número de leitores no digital, os grupos de comunicação social a que pertencem estes jornais enfrentam uma redução das receitas que decorre da quebra de vendas em banca e da publicidade. Decidiram, por isso, avançar para planos de redução de custos.

O The Guardian Media Group, por exemplo, que detém o The Guardian e o The Observer, vai adotar planos para conceder licenças, o equivalente ao lay-off, a cerca de 100 funcionários não editoriais, anunciou a empresa., que estima perdas de 20 milhões de libras (cerca de 22,9 milhões de euros) nos primeiros seis meses de 2020.

O grupo realça o número recorde de leitores que foi registado no site do The Guardian, devido à cobertura da pandemia de covid-19, mas refere que as medidas restritivas, como o confinamento, levaram a um abrupto abrandamento da economia, o que originou "um colapso" no mercado da publicidade levando a acentuadas quebras de receitas.

Entre as medidas de redução de custos está o adiamento de aumentos e a redução em 20% nos salários de administradores e diretores editoriais nos próximos seis meses.

Também o Financial Times optou pelo corte nos salários. Decidiu reduzir em 10% o ordenado de 80 pessoas, entre diretores editoriais e administradores. Isto apesar dos números recordes de leitores e de assinantes que o jornal obteve nas últimas semanas.

Um "desempenho excecional" no digital que não compensa a quebra repentina e severa das receitas, afirmou o editor executivo John Rodding ao próprio jornal. Ficou também decidido que 20 funcionários não editoriais iriam ser abrangidos nos apoios do governo ao emprego.

Já o Telegraph optou, para já, por reduzir a semana de trabalho em quatro dias em departamentos fora da redação., assim como o corte de 20% nos salários dos funcionários nessas áreas.

Planos de redução de custos para enfrentar uma crise do setor, que afeta jornais de todo o mundo. Daily Mail, o Los Angeles Times e o grupo Condé Nast, que detém publicações como Vogue, The New Yorker, GQ e Vanity Fair, estão entre os mais afetados, escreve o Financial Times.

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