A Terra pode tornar-se mais azul. E isso não é bom

Cientistas afirmam que o aumento das temperaturas vai reduzir as concentrações de fitoplâncton, alterando a cor de mais de metade dos oceanos do planeta até ao final do século.
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O Planeta Azul pode tornar-se ainda mais azul até ao final do século. Mas essa alteração não será uma boa notícia para a Terra. Em causa, de acordo com uma equipa de cientistas do Massachussets Institute of Technology (MIT), está o impacto das alterações climáticas na quantidade de fitoplâncton existente nos oceanos.

A previsão é que, devido ao aumento da temperatura média, se assista a uma redução da concentração destes microrganismos fotossintéticos em pelo menos metade dos oceanos do planeta até 2100. E com a perda dos mesmos, e da sua capacidade de refletirem a luz solar, o azul da terra tornar-se-á mais acentuado.

"O que descobrimos é que a cor irá mudar, provavelmente não a um ponto em que isso seja detetável a olho nu mas seguramente detetável através de sensores especiais", disse Stephanie Dutkiewicz, líder do estudo do MIT, em declarações à BBC. " E esse será provavelmente um dos primeiros sinais de que mudámos a ecologia dos oceanos".

O fitoplâncton é um elemento essencial do equilíbrio dos oceanos, até porque constitui a base da cadeia alimentar de todos os sistemas aquáticos. Por isso, a redução das suas concentrações, que em alguns pontos poderá ser notória "nos próximos dez anos", é manifestamente uma "má notícia".

As simulações dos cientistas foram feitas com base na previsão de um aumento de 3.ºC na temperatura média até ao final do século. O estudo foi publicado na Nature Communications.

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