A 'revolta' à chuva dos Muse no Rock in Rio
"They will not control us. We will be victorious" - algo como "eles não nos controlarão. Venceremos". O refrão de Uprising foi cantado a plenos pulmões, e debaixo de uma chuva que teimava em cair, pelas dezenas de milhares de pessoas que assistiram ao concerto do Muse, este sábado, no Rock in Rio. A banda de Matt Bellamy e o seu grito de revolta fechou em grande o primeiro dia do regresso do festival após uma paragem devido à pandemia de covid-19.
Mas áscaras foi coisa que pouco se viu pelo parque da Bela Vista, em Lisboa, onde os britânicos Muse eram os cabeças de cartaz de um primeiro dia que juntou mais de 74 mil pessoas no recinto. A banda de Bellamy (voz, guitarra e teclas), Chris Wolstenholme (baixo e voz de apoio) e Dominic Howard (bateria) abriu o concerto no Palco Mundo com Will of the People, com um Bellamy escondido atrás de uma máscara prateada - e não era para se proteger da covid. Nunca perdeu a pedalada, desfilando êxitos mais antigos e músicas novas.
Won't Stand Down deliciou a legião de fãs e trouxe o primeiro momento de pirotecnia. Com Compliance caiu do céu uma chuva de fitas azuis e brancas. Madness pôs o recinto inteiro de braços no ar. E Starlight levou Bellamy a saudar o público de perto, antes que outra chuva, agora de confetis brancos, anunciasse o final do concerto.
Mas faltava o encore, que traria companhia em palco aos três Muse: um enorme boneco de um esqueleto com capacete surgiu a acompanhar Kill or Be Killed e a apoteose final com Knights of Cydonia. A letra nos ecrãs gigantes ajudou até os fãs mais distraídos a acompanhar Bellamy numa música que começara com a harmónica de Wolstenholme e terminaria com o fogo de artifício de encerramento do primeiro dia. E com muito fã molhado mas feliz.
Antes disso, a tarde no palco Mundo começara com os imparáveis Xutos & Pontapés. Os totalistas do Rock in Rio não podiam faltar e puseram todos a cantar e saltar, encerrando com A Casinha. Seguiu-se Liam Gallagher, sempre entre o irascível e o provocador, a intercalar músicas dos Oásis e da sua carreira a solo. O inglês cerrado por vezes parece não ter facilitado a comunicação, mas todos perceberam a referência futebolística a Bernardo Silva e Rúben Dias, jogadores portugueses do seu querido Manchester City. E nada como Wonderwall para todos se entenderem no final.
Depois do intervalo que levou Simone de Oliveira e uma mensagem de paz ao palco, os The Nacional subiram ao palco. E se este era o seu 18.º concerto em Portugal, a banda de Matt Berninger atuou com a mesma emoção que se fosse a primeira. E nem faltaram as saudações aos aventureiros do slide ou aos anjos "assustadores".