A Magna Carta já está em Lisboa. Tem seis dias para a ver
A Magna Carta, documento com 800 anos que, pela importância que teve para as democracias modernas, é habitualmente associada a uma aura quase mítica, chegou ontem, domingo, a Lisboa. Emprestada pela Catedral de Hereford, a cópia de 1217 do documento pode ser vista a partir das 18.00 de hoje e até sábado, dia 12, na Torre do Tombo, em Lisboa.
A exposição Magna Carta - Significados terá as portas abertas entre as 9.30 e as 19.30 e será de entrada gratuita.
A mostra insere-se nas comemorações dos 800 anos do documento em cujo 39.º artigo - provavelmente o mais conhecido e citado - lê-se: "Nenhum homem livre será preso, detido, privado dos seus bens, considerado fora da lei, exilado ou de alguma forma vitimizado ou atacado, a não ser através de um julgamento legal pelos seus pares ou pela lei da terra."
A Magna Carta chega a Lisboa, a última paragem antes do regresso ao Reino Unido, depois de, desde setembro, passar por Nova Iorque, Luxemburgo, Pequim, Guangzhou e Xangai, Hong Kong, Singapura e Malta.
[artigo:4904510]
Segundo explicou ao DN o diretor de serviços do Arquivo Nacional, José Maria Furtado, do texto original da Magna Carta "existem quatro versões de 1215 [ano em que foi escrita] e quatro exemplares de 1217", um dos quais estará em Lisboa. Quanto ao Decreto Real de 1215 - decreto real de João I (João Sem Terra) - que foi distribuído com o documento para assegurar que este era aplicado, "é o único exemplar sobrevivente conhecido".
Da iniciativa, resultado de uma parceria entre a embaixada britânica em Portugal e o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, disse a embaixadora Kirsty Hayes: "Estou muito contente por Portugal ter sido incluído nesta tournée e por termos trabalhado tão de perto com o Arquivo Nacional português, a Torre do Tombo. Isso permitiu-nos mostrar a Carta Magna - o pilar do sistema legal britânico e uma inspiração para todos os que lutam pela igualdade de direitos - juntamente com o Tratado de Windsor, a base da antiga aliança entre os dois países."
Além dos documentos já referidos, a mostra conta com documentos nacionais contemporâneos da magna Carta, do reinado de D. Afonso II, em que se inclui o já referido Tratado de Windsor.