A magia do flamenco

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Outrora testemunha de grandes tragédias, como a que ceifou a vida a centena e meia de  pescadores no naufrágio de 1947, a marginal de Matosinhos é hoje palco do único  espectáculo de Joaquín Cortés este ano em Portugal.


Perto da escultura evocativa do acidente, obra inspirada numa tela de Augusto Gomes, o bailarino de flamenco mais  aclamado da actualidade apresenta o projecto Mi Soledad, que estreou no México em 2005, fazendo-se acompanhar por um vasto leque de músicos e cantores. A actuação de Cortés encerra o festival Dancem Todos, iniciativa que, apesar de ter decorrido em Julho, só agora pôde contar com a presença do bailaor de Córdova, por muitos considerado como o embaixador do flamenco no Mundo. O espectáculo está marcado para as 21h30 e é de acesso gratuito.


Depois de De amor y ódio, o espectáculo Mi soledad, que já foi apresentado ao público  português, resulta numa interpretação mais intensa e solitária, convidando a uma viagem pelas emoções do artista e analisando a sua trajectória de vida. Além da dança, ali estão também a música e os cânticos da cultura flamenca, tudo combinado num curioso jogo cénico.


Joaquín Cortés nasceu em 1969 no seio de uma família cigana e aos 12 anos iniciou os estudos de dança, já em Madrid. Quando tinha 14, ascendeu à categoria de solista do Ballet Nacional de Espanha e, em 1992, após uma actuação em Paris, criou a sua própria companhia. A par da imparável carreira como bailarino, Cortés também passou pelo  cinema. Estreou-se em A Flor do Meu Segredo, de Pedro Almodóvar, em 1995, e participou no documentário Flamenco, de Carlos Saura, no mesmo ano. Foi protagonista de Gitano, de Manuel Palacios, em 2000, e quatro anos mais tarde participou em Vaniglia e Cioccolato, do italiano Ciro Ippolito. Desde 1993, produziu e interpretou os espectáculos Cibayí, Pasión gitana, Soul, Live, De amor y ódio e este Mi soledad. Joaquín Cortés já dançou ao lado de Jennifer López e de Alicia Keys.


Para o ano, a iniciativa Dancem Todos, também agendada para o mês de Julho, terá como ponto alto um espectáculo da bailarina e coreógrafa Olga Roriz. Trata-se de uma  ncomenda da Câmara de Matosinhos baseada numa música que Fernando Lopes-Graça compôs há anos, igualmente por solicitação da autarquia. Este projecto de Roriz será apresentado no porto de Leixões.

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