A lista do Óscar internacional está fechada - A Herdade está na luta
Num ano em que a Academia americana que concede os Óscares mudou o nome da categoria de melhor filme estrangeiro para melhor filme internacional, foram já anunciados todos os pré-candidatos, batendo-se o recorde de filmes: são 93 no total. O filme escolhido pela Academia portuguesa é A Herdade, de Tiago Guedes, obra que conseguiu atenção internacional nos festivais de Veneza e Toronto.
A Herdade, atualmente um sucesso de bilheteiras em Portugal, saberá se ficará na short-List dos melhores dez já no dia 16 de dezembro. Uma lista que pela primeira vez poderá ter dez filmes. No entanto, sem um investimento forte do Estado português, é muito pouco provável que Portugal consiga este ano finalmente ter uma produção na lista final.
Num ano em que é notório o peso do cinema do "mundo", os membros da Academia de Hollywood têm à disposição alguns dos filmes que mais impacto tiveram no circuito dos grandes festivais. Ainda assim, Parasitas, de Bong Joon-ho assume-se como o favorito distanciado, representando a Coreia do Sul. É bem provável que este conto negro de luta de classes possa ser também nomeado para a categoria principal, melhor filme, tal como já tinha acontecido o ano passado com o mexicano Roma, de Alfonso Cuáron.
Com entrada quase obrigatória na lista final estão também Dor e Glória, de Pedro Almodóvar, Os Miseráveis, o filme francês de Ladj Ly e o belíssimo Monos, de Alejandro Landes, descoberto no Festival Sundance. De referir que Dor e Glória joga também grande cartada na categoria de melhor ator para Antonio Banderas. O distribuidor americano está a fazer grande campanha para o ator espanhol.
Na lista dos candidatos internacionais estão dois filmes israelitas, Tel Aviv on Fire, de Sameh Zoabi e Incitement, de Yaron Zilberman. Como é possível? Israel apostou em Incitement e Luxemburgo, ao abrigo de ser um dos co-produtores, candidatou o polémico Tel Aviv on Fire.
Do Brasil há grande esperança em ver A Vida Invisível na lista final. O filme de Karim Ainouz venceu em Cannes no Un Certain Regard e ao longo destes meses é presença sistemática nos melhores festivais. Em Portugal já tem distribuidor, tal como muitos dos outros filmes desta lista, com destaque para O Traidor (Itália), de Marco Bellochio; It Must Be Heaven (Palestina), de Elia Suleiman; Beanpole (Rússia), de Kantemir Bangalov.