Um dia uma mulher leu a sina à mãe de Boris Nemtsov e garantiu-lhe que o filho, um menino de cabelos encaracolados, seria famoso. "A minha mãe riu-se muito. Mas, bem, se isto pode ser chamado se sucesso, aconteceu", escrevia Nemtsov em 1997, no livro Um Homem Providencial. Acabara então de ser, aos 37 anos, nomeado vice-primeiro-ministro pelo presidente russo Boris Ieltsin, encarregue das reformas no sector da energia. O que Nemtsov não sabia, é que esse seria o início do declínio..Nascido em 1957 em Sochi, nas margens do Mar Negro, cresceu em Gorky (hoje Nizhny Novgorod), onde estudou Física. Trabalhou como cientista nuclear, mas no final dos anos 80, início dos 90, com o fim da União Soviética, entrou na política, tendo sido eleito deputado em 1990. Liberal, em Nizhny Novgorod foi um dos pioneiros das privatizações que viriam a gerar as fortunas dos oligarcas. Jovem, atraente, fluente em inglês, de mãe judia mas educado como cristão ortodoxo, Nemtsov era "o mais próximo que a Rússia tinha de um político ocidental", escreveu o Financial Times..Depressa chamou a atenção de Boris Ieltsin que, em 1997 o levou para Moscovo, onde se juntou a um grupo de liberais que incluía Anatoly Chubais, o arquiteto do programa de privatizações russo..Leia a versão integral na edição impressa do DN e no e-paper