A escola de música que nasceu de uma aplicação digital

Com a JAMP é possível aprender a tocar piano com um <em>tablet</em>. Mas para ter acesso à <em>app </em>é preciso frequentar a LusoMusic
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A ideia nasceu de Ivo Vieira. O fazedor é um homem dos setes ofícios, com três outros projetos já desenvolvidos: a Turflinx, uma empresa que desenvolveu um robô para cortar relva em campos de golfe; a LusoSpace, de engenharia espacial com tecnologia de ponta; e a LusoVU, uma startup de realidade aumentada que foi uma das 67 escolhidas na iniciativa Road 2 Websummit do programa Startup Portugal. "A ideia de fazer uma aplicação sobre música já é antiga. Quando era mais novo estava a aprender guitarra e custava-me treinar em casa, sem o professor, e sabia que as novas tecnologias me podiam ajudar", explica.

A guitarra passou a piano e a ideia ganhou forma mais de uma década depois. "Decidi explorar o conceito no MBA que fiz, entre 2008 e 2010, na cadeira de Empreendedorismo", conta. O plano de negócios que desenvolveu foi considerado o melhor do curso por um júri exterior e Ivo foi a Londres apresentar a ideia numa competição internacional.

O problema depois foi o tempo. O tempo e a disponibilidade. Com outros projetos e empresas em mãos, Ivo não tinha capacidade para se dedicar à ideia.

"Estava à procura de um sócio porque não conseguia tratar de outro negócio. Falei com várias pessoas mas foi só três anos depois, em 2013, que encontrei o Luís", lembra.

Luís Coelho, engenheiro civil e também apaixonado por música, nessa altura estava em Moçambique. "O Ivo enviou um e-mail para algumas pessoas conhecidas e chegou à minha mulher, que estava na mesma mailing list. Ela viu, achou interessante e reencaminhou para mim", recorda. E foi assim que tudo começou.

Escola nasce de um aplicativo

A JAMP (Joguificação para a Aprendizagem Musical de Piano) é uma aplicação de tablet que ajuda o utilizador a aprender a tocar piano, ligando-se o dispositivo ao instrumento. Pertence à LusoMusic, a empresa criada pelos dois sócios. "A primeira coisa que fizemos foi procurar parceiros na área. Depois, fizemos todo o descritivo do projeto, desenvolvemos o plano de negócios e candidatámo-nos aos fundos do QREN [Quadro de Referência Estratégica Nacional]", explica Luís. O apoio comunitário chegou no final do ano e foi essencial. Dos 162 mil euros que custou desenvolver o projeto, 70% foram suportados pelo programa da União Europeia.

Na altura de definir a estratégia, decidiram associar a necessidade da existência de uma escola para a utilização do aplicativo. "Existem já aplicações no mercado que estão pensadas para ser uma substituição do professor e nós estamos a posicionar-nos como algo que integra. É a nossa diferenciação para a concorrência", justifica Luís. A escola LusoMusic abriu neste ano letivo, conta com 30 alunos, e as formações são um misto de aulas tradicionais e tecnológicas. Contudo, a aplicação faz parte da metodologia de ensino.

Para o futuro, a ideia é, a médio prazo, ter mais alunos, mais escolas e mais instrumentos. "O próximo passo será guitarra, bateria e baixo. Tem sido a maior procura que registamos no mercado", adianta Luís Coelho. Depois, os dois sócios querem arrancar para a multiplicação. Pretendem criar mais escolas, em regime de franchise, primeiro por Portugal e depois no estrangeiro. "Nos Estados Unidos, quem sabe. Sonhar não custa", conclui Ivo Vieira.

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