A emigração é um fenómeno complexo e que tem sido tratado em Portugal de forma leviana, demagógica e pouco séria..A emigração não se iniciou em Portugal no ano de 2011. O aumento expressivo, mais recente, da saída de portugueses iniciou-se na primeira década de 2000, agudizando-se com a crise em 2010. Contudo, começou a ser reduzida em 2014, com o final do programa de ajustamento, ainda durante a governação PSD/CDS-PP..Abordar a questão, como o atual governo tem feito, de uma maneira simplista e desonesta do ponto de vista intelectual, assumindo que a emigração se deveu apenas aos quatros anos de governação entre 2011 e 2015, leva obviamente à apresentação de medidas ineficazes, como o desconto de 50% do IRS para os portugueses que emigraram entre 2011 e 2015..A JSD dedicou-se, nos últimos meses, ao estudo aprofundado deste tema, produzindo um documento que aborda diversas causas e vertentes da emigração, distinguindo aquela que é forçada daquela que é voluntária. Este processo culminou na elaboração de cinco iniciativas que apresentam soluções articuladas para dar resposta tanto à necessidade de reter a geração mais qualificada de sempre, como encontrar soluções para o seu regresso e reforçar o apoio aos que vivem fora do país..Num inquérito promovido pela AEP, 84% dos emigrantes portugueses salientaram a importância da definição de uma estratégia nacional de apoio ao regresso da geração de jovens qualificados que emigraram. Por isso, sugerimos a criação de um Fórum Nacional da Migração, para o qual sejam convidados todos os emigrantes portugueses, de modo a aproximar as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, retirando daqui a sua visão para se desenvolver programas nacionais que vão ao encontro das necessidades e dos problemas levantados..Quanto ao acompanhamento dos emigrantes nos diversos países, existem várias referências negativas das nossas diásporas relativamente à forma como trabalham os consulados, considerando-os muito burocratizados, com horários de atendimento muito reduzidos, com atrasos a pedidos de renovação de passaportes e cartões de cidadão, o que leva ao afastamento progressivo entre os que partem e os que ficam. Para solucionar estas questões, propomos a centralização de toda a informação útil para quem emigra, criando um Portal do Emigrante com um sistema de registo simples onde seja reunida a informação relevante para quem se encontra fora de Portugal; um investimento na promoção da cultura portuguesa e da ligação dos emigrantes a Portugal; e também na divulgação do Contingente Especial para Candidatos Emigrantes Portugueses e Familiares que com eles residam..Há duas formas de tratar este assunto. Com elevação e sentido de responsabilidade ou com demagogia e impreparação. Nós optámos pela primeira opção. Resta saber qual será a dos outros partidos..Presidente da JSD