Finlândia, mas também África do Sul e Arábia Saudita, entre as novidades. A Coreia do Sul acaba de anunciar a abertura de novas delegações do Instituto Rei Sejong em 19 países, em sete deles de forma pioneira, o que significa que a fundação cultural que homenageia o grande monarca do século XV está agora em 84 países. Quanto a delegações, no total passam a ser 244, pois em alguns Estados são várias as cidades com aulas de língua e cultura coreanas..Se pensarmos que a internacionalização do Instituto Rei Sejong (King Sejong Institute em inglês, que é como a fundação é mais conhecida mundo fora) começou em 2007 em apenas três países, com 13 delegações, é evidente o crescimento da atração global pela República da Coreia, a metade sul da península dividida desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Uma atração que em parte até pode ser motivada pelo sucesso de empresas como a Samsung, LG ou Hyundai, mas que sobretudo resulta do fascínio pela cultura coreana através da sua música pop e do seu cinema e televisão. Mesmo os mais distraídos, que ainda não descobriram o fulgor da Hallyu (a onda cultural coreana), ouviram de certeza falar de Psy ou BTS, do oscarizado Parasitas ou da série Squid Game, que pode ser vista na Netflix..O rei Sejong, o Grande, que criou a escrita alfabética hangul para permitir que todos os súbditos pudessem ler e escrever, é muito reverenciado na Coreia do Sul hoje em dia, país que saiu destruído da guerra com o Norte comunista entre 1950 e 1953, mas que nos anos 80 se libertou da ditadura militar (a mesma década em que organizou os Jogos Olímpicos de Verão, em Seul) e construiu uma sólida democracia, com elevado nível de vida (basta ver o índice de desenvolvimento humano das Nações Unidas). O PIB, esse, é agora o 11.º a nível mundial..Em Portugal, o King Sejong Institute tem delegação em Lisboa e as suas aulas são uma das facetas da popularidade coreana entre nós, que se vê também no sucesso da Festa da Cultura Coreana (este ano agendada para 2 de julho, no Museu de Lisboa) ou, para os praticantes de taekwondo, na vontade de participarem na Taça do Embaixador da Coreia (segunda edição a 25 e 26 de junho, no Seixal)..Entre nós vive uma pequena comunidade coreana, que está a celebrar meio século, tal como os governos de Lisboa e de Seul assinalaram seis décadas de relações diplomáticas em 2021 (apesar de o primeiro contacto entre portugueses e coreanos ter sido ainda no século XVI). Parabéns aos coreanos de Portugal e aos luso-coreanos pelo êxito da nação, apesar das dificuldades resumidas na ideia do paralelo 38. E personalizo esses parabéns no mais antigo dos coreanos em Portugal, Won Chong-song, empresário casado com uma portuguesa, já com filhos e netos cá nascidos. Veio como sexador. A quem tiver curiosidade em saber o que é recomendo o filme Minari, sobre uma família coreana nos Estados Unidos..Diretor adjunto do Diário de Notícias