No dia 5 de outubro, um leilão na londrina Sotheby"s deixou o mundo da arte em alvoroço: quando se terminava a venda de um quadro de Banksy, a imagem ficou parcialmente destruída por um mecanismo acionado pelo próprio artista. Foi o suficiente para lançar um debate, que ainda está longe de terminar, em que se questiona a dimensão do mercado artístico, as opções tomadas pelos criadores e a redução da arte plástica a um mero produto financeiro cujo objetivo é o lucro imediato. Banksy lançou o vídeo da performance nas redes sociais e ficou a assistir à discussão alimentada por tweets inflamados e teorias mais ou menos conspirativas..Na última sexta-feira, precisamente uma semana depois do acontecimento, a própria Sotheby"s veio congratular-se, argumentando que em vez da destruição de uma obra de arte se tinha assistido ao nascimento de uma nova, algo que ocorreu pela primeira vez num leilão. O artista até deu um novo nome ao quadro (Love Is in the Bin), agora semidestruído, transformado e com valor duplicado - uma obra cujo mérito é dúbio..A ironia ao ataque ao poder.Em 2005 Banksy não era ainda um nome conhecido do grande público - mas então como nessa altura manteve-se no anonimato. Isso não o impediu de ir ao British Museum, a mais vetusta das vetustas instituições culturais do Reino Unido, subverter o trabalho museológico com mestria e uma grande dose de ironia. Numa galeria sobre arte rupestre, aproveitou uma parede livre para colocar uma obra da sua autoria: um homem das cavernas a empurrar um carrinho de supermercado, com uma descrição credível a acompanhar a imagem, assegurando tratar-se de um exemplar artístico da era "pós-catatónica, expondo a forma como os homens primitivos se aventuravam a caçar nos subúrbios"..A peça levou três dias a ser encontrada pelos técnicos do museu, que depois a devolveram ao artista. Mas desde setembro que está de volta a uma parede do British Museum, incorporada na exposição I Object, até 20 de janeiro. Não poderia haver melhor momento para ela: ao centrar-se na ironia e na forma como a crítica social tomou várias dimensões artísticas ao longo dos tempos, acaba por ser o pretexto ideal para falar de Banksy e da sua mais recente intervenção..Tom Hockenhull, um dos curadores da exposição, vê paralelismos entre as duas ações: "A performance de Banksy na Sotheby"s tem ecos da sua instalação no Museu Britânico, visto que ambas podem ser interpretadas como uma crítica do mercado artístico e das decisões tomadas pelos museus sobre o que colecionam, escolhem e expõem. Talvez um dia esta nova peça também esteja num qualquer museu nacional.".E é aqui que começa o debate sobre a dimensão da ironia do ato de Banksy na peça leiloada pela Sotheby"s. Se o artista tivesse querido subverter o sistema, teria arranjado forma de destruir completamente a peça, não deixando metade intacta. Mas o que Banksy quis fazer foi fazer uma nova obra de arte a partir de outra, acabando por ter na leiloeira uma parceira interessada - embora esta nunca assuma ter participado no esquema também já não o nega, dando credibilidade a quem dizia ser impossível que algo assim ocorresse sem a sua concordância..Kim Logchies é cofundadora do Moco, um museu de arte moderna em Amesterdão que reuniu uma ampla mostra de obras de Banksy, neste ano chamada Laugh Now - riam agora - e que não contou com o reconhecimento do artista. Curadora dessa exposição que recorreu a trabalhos na mão de privados, Logchies considera que o artista é um génio que será devidamente reconhecido e recusa que esta ação faça de Banksy um vendido: "O mundo da arte estava todo a ver, ocorreu um momento perfeito e ele mostrou do que é capaz, quão genial pode ser." E assinala como ponto alto a recriação da obra, "que agora até tem um novo nome" e um novo preço. É precisamente esta relação próxima com a especulação da arte que aproxima o artista da indústria, visto que ambos se alimentam mutuamente e nunca chegam efetivamente a desafiar-se..A sátira está em crise?.Será que a própria ideia de sátira está em crise? Carlos Rosa, diretor do IADE, crê que não - mas admite um problema na disseminação, que "está relacionado, não com a falta de informação, mas com o excesso. Excesso de informação, excesso de canais de informação, excesso de tudo. Conhecerão estes novos públicos o Banksy? Conhecerão estes novos públicos o Borat?" Os tempos em que tudo se consome demasiado depressa e em que as redes sociais são o rastilho perfeito para popularizar uma ação tornam tudo mais instável: "Vivemos de forma mais rápida, mais superficial e, arrisco, menos conhecedores." Porque "a velocidade voraz da informação não nos dá tempo para guardar tudo"..Os anos que passaram entre a ação no British Museum e a destruição criativa na Sotheby"s foram aproveitados por Banksy para se tornar uma figura mundialmente reconhecida do mundo da arte, do ativismo e da crítica social. Esse pleno por um artista é coisa rara e dificilmente acessível a quem trabalha nas artes plásticas, normalmente reservado a músicos e (poucos) escritores. Mas Banksy conseguiu-o, não só através de um raro talento como de uma capacidade única para capturar o momento social e inscrevê-lo nas paredes do mundo. A insistência no anonimato também ajudou muito à construção do mito, seguindo as regras clássicas do herói que chama a atenção para si ao forçar o consumo das obras a que está associado..Com o tempo - e a fama - foi ganhando dimensão e as suas instalações críticas também: em 2015 construiu Dismaland, um parque de diversões distópico onde a arte era apenas uma desculpa para visitar o fim do mundo provocado pelo consumismo desenfreado. E já em 2017 atirou-se ao conflito israelo-árabe e abriu um hotel mesmo em frente ao muro construído por Netanyahu para reprimir os palestinianos, chamando-lhe Walled Off..Na semana passada terá colaborado com a Sotheby"s para ganhar mais dimensão no mundo da arte, numa performance retorcida em que todos ganham: a compradora da obra ficou com uma peça que duplicou instantaneamente de valor, a atividade do artista aumentou exponencialmente de interesse e a própria leiloeira apressou-se a lucrar, aproveitando para expor ontem e hoje o quadro na sua galeria de Londres..Mais do que uma crítica, o gesto terá sido um reconhecimento do poder do dinheiro sobre a arte - e que é dele que depende hoje a imortalidade de um artista. Carlos Rosa recorda que "a pintura foi rematada por um valor absurdo, que paradoxalmente aumentou ainda mais com a destruição parcial, pelo que penso que sim, daqui por dez anos ainda se falará no Banksy e na sua obra. Mas deixo a ressalva: se hoje a informação muda ao segundo, imagine-se daqui por dez anos..." Até porque o consumismo que o próprio artista critica parece estar a devorar o sistema que alimenta a próxima vaga criativa. Essa sim, será a suprema ironia. E apetece perguntar o que diria Marcel Duchamp de tudo isto..Quando a destruição é criativa.Há já uma longa tradição de arte que é criada com o propósito de se autodestruir ou que acaba por ser destruída no processo criativo. Há vários autores que deixaram assim a sua marca na história..URS FISCHER. Suíço nascido em 1973, é representante dos movimentos neodadaístas. Nos últimos anos começou a construir arte propositadamente efémera, graças à criação de enormes esculturas de personalidades feitas em cera. Para a Bienal de Veneza de 2011 criou uma réplica em tamanho real de uma escultura do século XVI e deixou-a arder lentamente ao longo de meses. Desde aí tem usado como modelos personagens famosas do mundo artístico: em 2016 retratou assim Julian Schnabel, pintor e realizador, e já neste ano optou por fazer o mesmo a Dasha Zhukova, conhecida colecionadora russa de arte moderna. Além do realismo, o trabalho impressiona pela reflexão sobre o efémero e pelo contraste entre a vida e a morte..CAI GUO-QIANG. O artista chinês que completou 60 anos tornou-se um mestre na utilização da pólvora. A sua obra maior será talvez Sky Ladder, uma peça que demorou 20 anos a completar graças a várias tentativas que nunca foram bem-sucedidas. Em 2015 conseguiu finalmente terminar o trabalho, que se esgotou na direção do céu em 150 segundos, graças às chamas alimentadas pela pólvora e sustentadas no ar por um balão de ar quente. Inspirado neste trabalho pela tradição oriental de fogo-de-artifício e pelo medo que a pólvora inspira, tem o seu esforço registado num documentário Netflix com o mesmo nome da peça mais famosa..ANDY GOLDSWORTHY. O britânico nascido em 1956 especializou-se no efémero graças à utilização de materiais naturais, que dependem dos próprios elementos da natureza para a manutenção e a composição. Desde os ano 80 do século passado que desenvolveu vários trabalhos que implicam a intricada colocação de pedras, folhas e outros elementos na natureza, mas porventura os seus trabalhos mais icónicos serão os que recorrem a gelo para desenhar padrões geométricos elaborados que duram o tempo a que as baixas temperaturas são capazes de o manter - e que só imagens são capazes de preservar permanentemente. Por isso aceitou participar num filme estreado no último verão sobre a sua carreira..JEAN TINGUELY. Também suíço e também inspirado por Duchamp e pela crítica ao consumismo, o nome de Tinguely ficará para sempre associado às obras de arte efémeras. Para o MoMa, em 1960, construiu uma escultura chamada Homage to New York que era o somatório de uma série de peças usadas (80 rodas de bicicleta, motores velhos, restos de um piano, etc.). O objetivo era que os vários componentes fossem passando a energia cinética entre si até que a construção se destruía, mas ironicamente um pequeno incêndio na estrutura levou a que esta se destruísse mesmo antes de completar o processo. O momento foi registado num filme e um dos poucos fragmentos que sobreviveu está exposto no MoMa. Já o seu trabalho dois anos depois concluído no deserto de Las Vegas foi um sucesso absoluto, emitido até por alguns canais de TV..Em Londres
No dia 5 de outubro, um leilão na londrina Sotheby"s deixou o mundo da arte em alvoroço: quando se terminava a venda de um quadro de Banksy, a imagem ficou parcialmente destruída por um mecanismo acionado pelo próprio artista. Foi o suficiente para lançar um debate, que ainda está longe de terminar, em que se questiona a dimensão do mercado artístico, as opções tomadas pelos criadores e a redução da arte plástica a um mero produto financeiro cujo objetivo é o lucro imediato. Banksy lançou o vídeo da performance nas redes sociais e ficou a assistir à discussão alimentada por tweets inflamados e teorias mais ou menos conspirativas..Na última sexta-feira, precisamente uma semana depois do acontecimento, a própria Sotheby"s veio congratular-se, argumentando que em vez da destruição de uma obra de arte se tinha assistido ao nascimento de uma nova, algo que ocorreu pela primeira vez num leilão. O artista até deu um novo nome ao quadro (Love Is in the Bin), agora semidestruído, transformado e com valor duplicado - uma obra cujo mérito é dúbio..A ironia ao ataque ao poder.Em 2005 Banksy não era ainda um nome conhecido do grande público - mas então como nessa altura manteve-se no anonimato. Isso não o impediu de ir ao British Museum, a mais vetusta das vetustas instituições culturais do Reino Unido, subverter o trabalho museológico com mestria e uma grande dose de ironia. Numa galeria sobre arte rupestre, aproveitou uma parede livre para colocar uma obra da sua autoria: um homem das cavernas a empurrar um carrinho de supermercado, com uma descrição credível a acompanhar a imagem, assegurando tratar-se de um exemplar artístico da era "pós-catatónica, expondo a forma como os homens primitivos se aventuravam a caçar nos subúrbios"..A peça levou três dias a ser encontrada pelos técnicos do museu, que depois a devolveram ao artista. Mas desde setembro que está de volta a uma parede do British Museum, incorporada na exposição I Object, até 20 de janeiro. Não poderia haver melhor momento para ela: ao centrar-se na ironia e na forma como a crítica social tomou várias dimensões artísticas ao longo dos tempos, acaba por ser o pretexto ideal para falar de Banksy e da sua mais recente intervenção..Tom Hockenhull, um dos curadores da exposição, vê paralelismos entre as duas ações: "A performance de Banksy na Sotheby"s tem ecos da sua instalação no Museu Britânico, visto que ambas podem ser interpretadas como uma crítica do mercado artístico e das decisões tomadas pelos museus sobre o que colecionam, escolhem e expõem. Talvez um dia esta nova peça também esteja num qualquer museu nacional.".E é aqui que começa o debate sobre a dimensão da ironia do ato de Banksy na peça leiloada pela Sotheby"s. Se o artista tivesse querido subverter o sistema, teria arranjado forma de destruir completamente a peça, não deixando metade intacta. Mas o que Banksy quis fazer foi fazer uma nova obra de arte a partir de outra, acabando por ter na leiloeira uma parceira interessada - embora esta nunca assuma ter participado no esquema também já não o nega, dando credibilidade a quem dizia ser impossível que algo assim ocorresse sem a sua concordância..Kim Logchies é cofundadora do Moco, um museu de arte moderna em Amesterdão que reuniu uma ampla mostra de obras de Banksy, neste ano chamada Laugh Now - riam agora - e que não contou com o reconhecimento do artista. Curadora dessa exposição que recorreu a trabalhos na mão de privados, Logchies considera que o artista é um génio que será devidamente reconhecido e recusa que esta ação faça de Banksy um vendido: "O mundo da arte estava todo a ver, ocorreu um momento perfeito e ele mostrou do que é capaz, quão genial pode ser." E assinala como ponto alto a recriação da obra, "que agora até tem um novo nome" e um novo preço. É precisamente esta relação próxima com a especulação da arte que aproxima o artista da indústria, visto que ambos se alimentam mutuamente e nunca chegam efetivamente a desafiar-se..A sátira está em crise?.Será que a própria ideia de sátira está em crise? Carlos Rosa, diretor do IADE, crê que não - mas admite um problema na disseminação, que "está relacionado, não com a falta de informação, mas com o excesso. Excesso de informação, excesso de canais de informação, excesso de tudo. Conhecerão estes novos públicos o Banksy? Conhecerão estes novos públicos o Borat?" Os tempos em que tudo se consome demasiado depressa e em que as redes sociais são o rastilho perfeito para popularizar uma ação tornam tudo mais instável: "Vivemos de forma mais rápida, mais superficial e, arrisco, menos conhecedores." Porque "a velocidade voraz da informação não nos dá tempo para guardar tudo"..Os anos que passaram entre a ação no British Museum e a destruição criativa na Sotheby"s foram aproveitados por Banksy para se tornar uma figura mundialmente reconhecida do mundo da arte, do ativismo e da crítica social. Esse pleno por um artista é coisa rara e dificilmente acessível a quem trabalha nas artes plásticas, normalmente reservado a músicos e (poucos) escritores. Mas Banksy conseguiu-o, não só através de um raro talento como de uma capacidade única para capturar o momento social e inscrevê-lo nas paredes do mundo. A insistência no anonimato também ajudou muito à construção do mito, seguindo as regras clássicas do herói que chama a atenção para si ao forçar o consumo das obras a que está associado..Com o tempo - e a fama - foi ganhando dimensão e as suas instalações críticas também: em 2015 construiu Dismaland, um parque de diversões distópico onde a arte era apenas uma desculpa para visitar o fim do mundo provocado pelo consumismo desenfreado. E já em 2017 atirou-se ao conflito israelo-árabe e abriu um hotel mesmo em frente ao muro construído por Netanyahu para reprimir os palestinianos, chamando-lhe Walled Off..Na semana passada terá colaborado com a Sotheby"s para ganhar mais dimensão no mundo da arte, numa performance retorcida em que todos ganham: a compradora da obra ficou com uma peça que duplicou instantaneamente de valor, a atividade do artista aumentou exponencialmente de interesse e a própria leiloeira apressou-se a lucrar, aproveitando para expor ontem e hoje o quadro na sua galeria de Londres..Mais do que uma crítica, o gesto terá sido um reconhecimento do poder do dinheiro sobre a arte - e que é dele que depende hoje a imortalidade de um artista. Carlos Rosa recorda que "a pintura foi rematada por um valor absurdo, que paradoxalmente aumentou ainda mais com a destruição parcial, pelo que penso que sim, daqui por dez anos ainda se falará no Banksy e na sua obra. Mas deixo a ressalva: se hoje a informação muda ao segundo, imagine-se daqui por dez anos..." Até porque o consumismo que o próprio artista critica parece estar a devorar o sistema que alimenta a próxima vaga criativa. Essa sim, será a suprema ironia. E apetece perguntar o que diria Marcel Duchamp de tudo isto..Quando a destruição é criativa.Há já uma longa tradição de arte que é criada com o propósito de se autodestruir ou que acaba por ser destruída no processo criativo. Há vários autores que deixaram assim a sua marca na história..URS FISCHER. Suíço nascido em 1973, é representante dos movimentos neodadaístas. Nos últimos anos começou a construir arte propositadamente efémera, graças à criação de enormes esculturas de personalidades feitas em cera. Para a Bienal de Veneza de 2011 criou uma réplica em tamanho real de uma escultura do século XVI e deixou-a arder lentamente ao longo de meses. Desde aí tem usado como modelos personagens famosas do mundo artístico: em 2016 retratou assim Julian Schnabel, pintor e realizador, e já neste ano optou por fazer o mesmo a Dasha Zhukova, conhecida colecionadora russa de arte moderna. Além do realismo, o trabalho impressiona pela reflexão sobre o efémero e pelo contraste entre a vida e a morte..CAI GUO-QIANG. O artista chinês que completou 60 anos tornou-se um mestre na utilização da pólvora. A sua obra maior será talvez Sky Ladder, uma peça que demorou 20 anos a completar graças a várias tentativas que nunca foram bem-sucedidas. Em 2015 conseguiu finalmente terminar o trabalho, que se esgotou na direção do céu em 150 segundos, graças às chamas alimentadas pela pólvora e sustentadas no ar por um balão de ar quente. Inspirado neste trabalho pela tradição oriental de fogo-de-artifício e pelo medo que a pólvora inspira, tem o seu esforço registado num documentário Netflix com o mesmo nome da peça mais famosa..ANDY GOLDSWORTHY. O britânico nascido em 1956 especializou-se no efémero graças à utilização de materiais naturais, que dependem dos próprios elementos da natureza para a manutenção e a composição. Desde os ano 80 do século passado que desenvolveu vários trabalhos que implicam a intricada colocação de pedras, folhas e outros elementos na natureza, mas porventura os seus trabalhos mais icónicos serão os que recorrem a gelo para desenhar padrões geométricos elaborados que duram o tempo a que as baixas temperaturas são capazes de o manter - e que só imagens são capazes de preservar permanentemente. Por isso aceitou participar num filme estreado no último verão sobre a sua carreira..JEAN TINGUELY. Também suíço e também inspirado por Duchamp e pela crítica ao consumismo, o nome de Tinguely ficará para sempre associado às obras de arte efémeras. Para o MoMa, em 1960, construiu uma escultura chamada Homage to New York que era o somatório de uma série de peças usadas (80 rodas de bicicleta, motores velhos, restos de um piano, etc.). O objetivo era que os vários componentes fossem passando a energia cinética entre si até que a construção se destruía, mas ironicamente um pequeno incêndio na estrutura levou a que esta se destruísse mesmo antes de completar o processo. O momento foi registado num filme e um dos poucos fragmentos que sobreviveu está exposto no MoMa. Já o seu trabalho dois anos depois concluído no deserto de Las Vegas foi um sucesso absoluto, emitido até por alguns canais de TV..Em Londres