Benfica 2009/10: o melhor desde Eriksson

O melhor Benfica desde a "era" Sven-Goran Eriksson carimbou hoje o seu 32.º título de campeão nacional, após um notável percurso com apenas duas derrotas e um futebol com grande qualidade e muitos golos.
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Sob o comando de Jorge Jesus, os "encarnados" jogaram bem mais do que o "dobro" prometido, somaram oito triunfos por quatro ou mais golos de diferença e não tiveram quebras ao longo da prova, que hoje terminou merecidamente em festa, com a Luz como palco 21 anos depois, frente ao Rio Ave.

Os números (melhor ataque, melhor defesa, mais vitórias e menos derrotas) espelham uma superioridade inequívoca e que só não foi coroada mais cedo porque, pela frente, o "onze" da Luz, sempre com um fortíssimo apoio dos adeptos, apanhou o melhor Sporting de Braga da história.

Jorge Jesus, que se tornou o quarto treinador português campeão pelo Benfica, depois de Fernando Cabrita, Mário Wilson e Toni, acaba por ser a grande figura da época, como responsável máximo por uma equipa que foi sempre muito forte colectivamente e à qual também não faltaram as individualidades.

Di Maria, Cardozo - que assegurou o título de melhor marcador do campeonato na última ronda (26 golos) -, Aimar ou David Luiz já estavam no plantel, mas "cresceram" enormidades, enquanto os reforços Saviola, Ramires e Javi Garcia justificaram o investimento "milionário" efectuado pelos dirigentes "encarnados".

Por seu lado, Luisão, Maxi Pereira ou Quim conferiram experiência à equipa, enquanto o regressado Fábio Coentrão foi a revelação da época, sendo igualmente determinantes as contribuições de Carlos Martins e Ruben Amorim e, mais a espaços, de Weldon ou César Peixoto.

O Benfica começou a deslumbrar logo na pré-temporada, somando triunfos em torneios, mas não entrou bem no campeonato, cedendo uma igualdade caseira perante o Marítimo (1-1), num embate em que Cardozo falhou uma grande penalidade e o suplente Weldon evitou o desaire aos 86 minutos.

A primeira vitória apareceu à segunda jornada, em Guimarães (1-0), mas foi muito sofrida: o tento da vitória só apareceu aos 90 minutos, marcado por Ramires, depois de mais um penalti falhado pelo paraguaio.

Foi o primeiro de sete triunfos consecutivos, quatro deles bem expressivos (8-1 ao Vitória de Setúbal, 4-0 no Restelo, 5-0 ao Leixões e 6-1 ao Nacional), que colocaram o Benfica na frente, mas em igualdade com o Braga, empatado pela primeira vez na oitava ronda (1-1 em Vila do Conde).

O "onze" de Jesus perdeu, no entanto, a liderança logo a seguir, ao cair precisamente em Braga, por 2-0, no que é ainda a sua única derrota na prova.

Foi o início do pior ciclo dos "encarnados", com apenas duas vitórias em cinco jornadas (nona à 13.ª ronda), face aos empates com o Sporting, a zero, em Alvalade, e a dois tentos, em Olhão, onde Nuno Gomes salvou um ponto aos 90+3 minutos.

Ainda assim, e após 13 rondas, o Benfica ainda continuava em igualdade com os "arsenalistas", mas só com um de avanço sobre o FC Porto, que, mesmo desfalcado, bateu na jornada seguinte, na Luz (1-0), com um tento de Saviola.

Foi o início de uma série impressionante de 15 jogos em que o Benfica somou 14 triunfos e apenas um empate, em Setúbal (1-1), onde Cardozo falhou uma grande penalidade nos descontos, apresentando-se no Dragão em condições a depender apenas de si próprio para selar o ceptro.

O FC Porto, então ainda tetracampeão em título, estragou a festa dos "encarnados", que ainda assim se mantiveram a um ponto do 32.º título, festejado hoje numa Luz a transbordar.

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