'Rottweiler' atacou e feriu gravemente bebé de um ano
Uma criança de apenas 13 meses ficou gravemente ferida após o ataque de um cão da raça rottweiler, ontem de manhã, pelas 09.30, na localidade de Pedrados, Serzedelo, em Guimarães. O cão, que pertence ao pai da criança, soltou--se repentinamente e foi contra o carrinho da bebé, acabando por causar-lhe ferimentos graves na cara e cabeça, explicaram ao DN os Bombeiros Voluntários de Riba d'Ave, que o transportaram para o Hospital de Guimarães. A criança acabou por ser transferida para o Hospital de S. João, no Porto, onde foi submetida a uma cirurgia plástica.
Também a avó e a tia da criança, de 45 e 58 anos, sofreram ferimentos ligeiros, ao tentar libertar a criança do ataque do animal, segundo contaram alguns vizinhos. "A avó estava a apanhar umas ervas quando o cão se soltou e foi contra as rodas do carrinho da menina. A avó ainda foi a correr e levantou-a. Começou a pedir socorro e nós fomos socorrer", contou uma vizinha ao Guimarães Digital. A face da criança "já estava danificada, eu fui com um ferro e o tio da menina com um pau, demos na parte de trás do cão e ele fugiu", acrescentou a mesma moradora, segundo a qual o cão está com os proprietários há cerca de ano e meio e nunca tinha sido violento. "Às vezes soltavam-no, mas ia para o monte e nunca fez mal a ninguém, não sei o que terá acontecido", disse.
Quando os bombeiros de Riba d'Ave chegaram ao local, encontraram a criança com "o crânio bastante danificado, assim como parte da face". "Também a avó e a tia tinham ferimentos ligeiros nos membros inferiores e superiores, porque foram tentar socorrer a criança" e tiveram de receber tratamento hospitalar, disse a mesma fonte.
À sua chegada, o cão ainda estava solto, mas com o proprietário por perto. "Isso ainda levou a que alguns colegas tivessem algum receio e tivessem de salvaguardar a sua segurança, mas a GNR também foi muito rápida a chegar ao local e a tomar conta da ocorrência", acrescentou.
O cão foi capturado e vai ficar em regime de sequestro no canil local até à conclusão do processo de averiguações pelas entidades competentes.
Mónica Roriz, especialista em comportamento animal no Hospital Veterinário do Porto, diz que não há cães amigos ou não de crianças, mas que "muitas vezes as pessoas esquecem-se de que uma criança pode ser encarada como uma espécie completamente diferente da humana: tem uma maneira diferente de andar, gesticula, grita". Ou seja, acrescenta, "se o cão não estiver habituado a conviver com a criança pode não se habituar a socializar com ela e pode ter o mesmo instinto de predação que teria em relação a um coelho" e "qualquer cão com o porte do rottweiler ou com mais de oito quilos pode ferir gravemente uma criança ou um adulto".
"Se por acaso não tinha acesso ao interior da casa e a criança estava no território 'dele' no exterior, a criança pode ter-se assustado, gritado, e pode ter bastado isso para acontecer uma desgraça", diz.