Metro de superfície foi o transporte que mais cresceu com novos passes
Os novos passes atraíram mais passageiros para os transportes da Área Metropolitana de Lisboa do que do Porto. O crescimento expressivo dos utilizadores dos comboios e do metropolitano na margem sul do Tejo, que beneficiaram da redução do preço dos transportes, explica este comportamento.
Desde 1 de abril, os passes nas áreas metropolitanas passaram a custar 40 euros por mês - a poupança chega a ultrapassar os cem euros para milhares de utilizadores.
O maior crescimento registado foi do MTS - Metro Transportes do Sul, que atravessa Almada e Corroios. Registou um aumento de 25,2% de passageiros, para 4,037 milhões de utentes, segundo os dados divulgados na quinta-feira pelo INE - Instituto Nacional de Estatística. "O metro aqui sempre foi visto como um módulo à parte e com pouca utilização. Mas numa viagem curta é um meio de transporte mais confortável do que o autocarro. Isso tornou-se mais visível com a criação do novo passe", justifica a utente Rafaela Ramos, de 24 anos.
Este metro é ainda um meio de transporte fundamental para os utilizadores da Fertagus que recorrem às estações do Pragal e de Corroios para atravessar de comboio a Ponte 25 de Abril - a linha entre as duas estações cresceu 31%, segundo dados facultados pela MTS ao DN/Dinheiro Vivo. Só nos últimos meses, houve mais cerca de 20% de passageiros a utilizar as composições concessionadas ao grupo Barraqueiro desde 1999.
Graças ao reforço da Fertagus, os passageiros nos comboios suburbanos de Lisboa e do Porto aumentaram 16,2% no segundo trimestre. Houve 38,778 milhões de pessoas a apanhar o comboio entre abril e junho, em comparação com os 33,377 milhões do mesmo período de 2018 (as companhias fazem equivaler validações de título de transporte a pessoas).
Além da Fertagus, a CP também contribuiu para estes ganhos: mesmo partindo de uma base semestral e não trimestral, os comboios suburbanos de Lisboa foram os que registaram maior aumento de passageiros: mais 8,4% até junho deste ano do que no período homólogo de 2018; nos urbanos do Porto, o crescimento foi mais modesto: 5%.
Debaixo do solo, o norte bateu o sul: o Metro do Porto transportou mais 10,7% de passageiros (18,053 milhões); os ganhos no Metro de Lisboa foram mais baixos, com um crescimento de 6,5%, para 46,136 milhões. Considerando Lisboa, Porto e Almada, o sistema de metropolitano em Portugal teve mais 8,5% de passageiros no segundo trimestre deste ano.
Mesmo com as greves no segundo trimestre, o transporte fluvial no rio Tejo ganhou 7,9%. Estas estatísticas do INE não mostram os números do transporte rodoviário relativos a este ano - isso apenas irá ocorrer em 2020.
Fora dos passes, os aeroportos também tiveram mais passageiros entre abril e junho. O maior crescimento verificou-se na região dos Açores, sobretudo em Ponta Delgada, Horta, Pico, São Jorge e Graciosa, com ganhos médios de 10% de passageiros.
No continente, o maior crescimento foi no Porto, mais 10,4% (3,549 milhões de passageiros); seguiu-se Lisboa, com mais 8,5% (8,358 milhões), e Faro, com mais 5% (2,960 milhões).
Na região da Madeira, o Aeroporto Internacional Cristiano Ronaldo (Funchal) cresceu 0,7% no número de passageiros (856,7 mil pessoas); em Porto Santo, a quebra foi de 6,2% (43 273 pessoas).