Um debate de revisão da matéria dada
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Um debate de revisão da matéria dada

Os líderes dos partidos com assento parlamentar encontraram-se esta sexta-feira no último debate televisivo antes das eleições legislativas de 10 de março e voltaram aos temas que já tinham debatido anteriormente nos encontros a pares.
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"Não há um problema de falta de riqueza no país", defende no final do frente a frente Paulo Raimundo, apontando que está é mal distribuída. Enquanto lembra aqueles que considera ser os responsáveis pela produção de riqueza: os "5 milhões de trabalhadores" em Portugal.

A encerra o debate, Inês de Sousa Real defende "não é um voto nem no PS nem no PSD que vai mudar as coisas".

"Nem é no Chega", acrescenta a líder do PAN, clafissicando o voto no partido de André Ventura como "um voto de protesto".

"Nós temos mesmo que pôr a economia a crescer a sério", insistiu Rui Rocha, apontando para o "final da legislatura" uma "meta de 4%" para o crescimento da economia.

Nesta fase, Pedro Nuno Santos acusa Rui Rocha de defender uma solução mágica.

"Eu estou focado em dar reposta aos probelmas das pessoas", garante o líder do PSD, que também lidera a AD, acrescentando que a AD tem estado a crescer, referindo-se às duas sondagens que entretanto foram esta sexta-feira divulgadas.

"Há muitos líderes políticos que estão interessados na sua vida política", diz Montenegro criticando as recentes posições assumidas por Pedro Nuno Santos.

"O choque fiscal que nós temos é o que o PS nos deixou", afirma André Ventura, lembrando a crítica que o líder do PS deixou à direita.

"Nós temos uma estretégia orçamental que é prudente", defende Pedro Nuno Santos, enquanto aponta o dedo ao "choque fiscal" da AD, que apelida de "aventurismo fiscal que a direita e a AD querem arriscar".

O PS prevê crescer 2,4%, aponta Luís Montenegro, enquanto critica as medidas socialistas. O PSD prevê "um crescimento de 3,4 ou 3,5%  até 2028, atacando o grande constrangimento da economia portuguesa, quie é a fiscalidade", considera o líder do PSD.

"Nós temos uma situação de brutal injustiça na distribuição de riqueza", começou por alertar o líder comunista.

"Antes houvesse uma relação direta entre o aumento da produtividade e o aumento dos salários", apelou Paulo Raimundo.

Questionado sobre a forma como é que seria possível garantir a subida de salários, o líder do PCP explicou que "as pessoas sem dinheiro no bolso não podem comprar".

"99% das pequenas e médias empresas vivem no mercado interno, pelo que ganharia mais se as pessoas tivessem dinheiro", sublinhou Paulo Raimundo, dando como exemplo pessoas que neste momento entram em comércio local e não gastam mais porque não têm dinheiro.

"Quando optamos por dar em benefícios fiscais às grandes empresas poderia optar por dar às micro, pequenas e médias empresas", defendeu no fim da sua intervenção.

"É preciso recursos para reter profissionais no SNS", começa por defender a líder do BE, antes de explicar que a sua "solução é para outros profissionais, não só médicos", que passa por dedicação exclusiva.

"O SNS é a resposta", sustenta a copordenadora bloquista enquanto afirma que "os cheques-cirurgia ficam 80% por utilizar"

"O modelo de externalizar ao privado é o que está agora em vigor e desperdiça dinheiro", critica Mariana Mortágua.

"Impedir o que tem acontecido no Ministério da Saúde, desperdício de 1,3 milhões de euros", defende André Ventura, sem explicar como.

"Profissionais de saúde desmotivados não funciona, Pedro", disse Rui Rocha, repetindo esta ideia para vários aspetos da saúde, sempre rematando no fim com "Pedro".

"O orçamento da saúde é suficiente mas tem de ser bem gerido para dar liberdade no acesso à saúde"

Se o SNS tem capacidade instalada para dar resposta, muito bem. Se não, recorre-se aos privados", volta a referir como consta no p+rograma eleitoral da IL.

"O que faz sentido é fazer uma coisa que o Pedro Nuno Santos disse na apresentação do seu programa eleitoral", considerou Luís Montenegro, remantando com: "Salvar o Serviço Nacional de Saúde, mas da governação do PS".

"Simplificação de processos", defende Rui Rocha, acrescentando que a burocracia é o negócio dos corruptos.

Líder da IL fala em cargos dentro da Administração Pública e de entidades reguladoras. Para exemplificar esta ideia, Rui Rocha lembrou a passagem de Mário Centeno do Governo do PS para o cargo de governador do Banco de Portugal.

"Acho que as razões fundas que levam a uma desconfiança na política, que é como a justiça responde aos problemas da pessoas", afirma o secretário-geral do PCP, lembrando que há "despejos das casas" e "desemprego e despedimentos fraudulentos", que são os problemas da pessoas.

As "custas judiciais afastam as pessoas do direito à justiça", continua o líder do PCP, insistindo que "faz mais falta é responder aos problemas da pessoas".

Luís Montenegro atuou muito mal neste caso, defendeu André Ventura, lembrando o caso de Miguel Albuquerque, na Madeira.

No caso de António Costa, não falámos no recurso do Ministério Público, continua o líder do Chega, estendendo a sua crítica ao que Pedro Nuno Santos defendeu sobre o Ministério Público. 

Ventura fala em tentativa de branquear a justiça, e utiliza a analogia da "mordaça ao Ministgério Público".

"A justiça é também a responsabilidade de explicar ao povo as suas diligências", continua a líder do BE, Mariana Mortágua.

"Acho que era importante que o Ministério Público explicasse ao país quando as suas diligências tem impacto na vida política", defende a líder do BE.

Haver uma "justiça para ricos" e outra para "pobres cria um regime de impunidade", diz Mariana Mortágua.

"A visão da Il é de uma justiça que funciona para todos", diz o líder da IL, Rui Rocha, sobre a justiça. "Rejeitamos a possibilidade de haver aqui dois pesos e duas medidas", insiste.

"António Costa não tinha condições para continuar", defende o líder da IL, estendendo o mesmo critério a Miguel Albuquerque. 

"Para Miguel Albuquerque este é o tempo da justiça", considera Rui Rocha, afastando no entanto qualquer ilação sobre a inocência ou ausência dela sobre o líder do governo da Madeira.

"Deve ser clarificada a relação hierárquica" no Ministério Público, porque não é um poder que esteja acima do escrutínio, diz Pedro Nuno Santos.

Os direitos fundamentais dos arguidos são garantidos, aponta o líder da AD. Para Luís Montenegro, "os megaprocessos" são um caminho para atrasar a tramitação, respondendo àm morosidade na área da justiça.

Aquilo que é desejável é que a política não entre no processo da justiça que não seja na elaboração de leis, continua Luís Montenegro.

Questionado sobre se Miguel Albuquerque, o líder do governo da Madeira, que é arguido num processo e pretende ser reconduzido como líder partidário, Luís Montenegro diz que, se fosse consigo, seguiria um rumo diferente. 

"O Livre está à esquerda", lembra Rui Tavares, o líder do partido.

"Uma maioria que inclua o Chega seria uma traição àquilo que andou a prometer durante a campanha", afirma Rui Tavares, lembrando que ainda nenhum partido apontou uma solução governativa que inclua o partido de André Ventura.

"Voltarmos a fazer a pedagogia democrática", apela Rui Tavares na sua intervenção inicial, dizendo que "terão uma maioria de progresso".

Em resposta aos jovens que se manifestaram pela crise climática no início do debate, a líder do PAN, Inês de Sousa Real, alerta para a mensagem pelo ambiente.

Inês de Sousa Real diz que a "coligação é com os portugueses" e acusa a maioria de esquerda de ter criado a crise.

Não queremos assistir a um amanhecer no dia 11 de março que não seja em democracia, diz a líder do PAN, criticando a AD por defender touradas e a IL por negar as alterações climáticas. 

A única alternativa estável é uma mioria à esquerda, considera a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, centrando a sua intervenção nas medidas.

Questionada sobre o que apontam as sondagens, que dão vantagens à direita, Mariana Mortágua diz ter confiança de que é possível haver uma maioria para responder aos problemas do país.

Questionado sobre os resultados fracos nas sondagens atribuídos à esquerda, o líder do PCP alega uma resposta clara: "Nós estaremos na primeira linha de combate com a força que nos derem para não voltar aos tempos da troika", diz Paulo Raimundo.

A IL assume uma posição clara: "não viabiliza um Governo minoritário do PS", assumiu o líder da IL, Rui Rocha, acrescentando que há alternativa.

"Com a Iniciativa Liberal não há silêncios", insiste o líder liberal, falan do em clareza.

"Os números mostram que o Chega tem estabilizado a sua votação entre os 17 e os 20%", aponta André Ventura no inicio da sua intervenção, apontando que seria "estranho" haver uma solução governativa à direita que não contemple o Chega.

"O líder do PSD que tem andado a dizer que o Governo caiu por dentro não pode andar a dizer que poderá dar a mão ao PS", lançou o líder do Chega, instando Luís Montenegro.

"Ou vai para casa ou governa à direita", disse André Ventura sobre o líder da AD.

O debate é interrompido momentaneamente por alguém que protesta nos estúdios improvisados da RTP, a reclamar medidas para o clima.

O líder socialista diz que não vai inviabilizar um governo da AD se por acaso houver uma maioria à direita.

A Nova SBE, adaptada para receber os partidos no último debate televiso antes das legislativas, vai ser o palco da RTP. Está tudo prestes para começar este fente a frente moderado pelo jornalista Carlos Daniel.

Os líderes dos partidos com assento parlamento estão a começar agora o frente a frente. O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, o presidente do PSD, Lúis Montenegro, o presidente do Chega, André Ventura, o presidente da Il, Rui Rocha, o secretário-geral do PCP, o fundador do Livre, Rui Tavares e aporta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, começam o confronto político.

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