Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul.
Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul.EPA/JEON HEON-KYUN/POOL

Seul envia delegação a Kiev em resposta à presença de norte-coreanos na guerra

Coreia do Sul avança com resposta faseada face ao que a NATO qualifica de “expansão perigosa da guerra”.
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A Coreia do Sul não vai ficar impassível perante o novo quadro de segurança. O primeiro passo é o envio de uma delegação, já nesta semana, a Kiev, para partilhar informações sobre o envio de militares da Coreia do Norte para a frente de guerra e discutir o aprofundamento da cooperação com a Ucrânia no mesmo dia em que a NATO considerou o envolvimento de Pyongyang “uma expansão perigosa da guerra da Rússia”.

No domingo, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que os soldados despachados por Pyongyang - cerca de 3 mil - poderão entrar no conflito “numa questão de dias”. Já os serviços de informações do Ministério da Defesa ucraniano disseram que os russos estão a transportar norte-coreanos para as linhas da frente, na região de Kursk, em camionetas com matrículas civis e sem quaisquer documentação militar. A informação foi obtida através da interceção de comunicações da polícia russa, disse Kiev. Segundo os serviços de informações da Coreia do Sul, o regime de Kim Jong-un vai enviar mais 10 mil militares em dezembro, resultado de um pacto militar ratificado há dias pelos deputados russos.

“Esta cooperação militar ilegal entre a Rússia e a Coreia do Norte mina na essência a ordem internacional baseada em regras e constitui uma ameaça à paz na península da Coreia e a nível mundial”, afirmou o presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol durante um telefonema à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Noutra chamada, a segunda em dias com o secretário-geral da NATO, Yoon disse a Mark Rutte que uma delegação do seu país vai hoje reunir-se com o Comité Político e de Segurança do Conselho da União Europeia e depois seguirá para a Ucrânia, onde irá trocar informações sobre os norte-coreanos.

Até agora, a Coreia do Sul tem assistido Kiev apenas com ajuda humanitária, mas tudo poderá mudar em breve. “Tomaremos medidas faseadas em função da evolução da cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte”, afirmou Yoon, que já tinha dito na semana passada que poderá enviar armas para a Ucrânia. A sua crescente indústria de defesa - a equipar a Polónia com tanques, sistemas de lançamento de mísseis, obuses e aviões de combate - poderá tornar-se num importante fornecedor de armamento para o país sob invasão.

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