A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Von der Leyen dá prazo ao Governo para indicar nome para comissário

Governos têm até 30 de agosto para propor nomes de “um homem e uma mulher” como candidatos a comissário europeu.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enviou, esta quinta-feira, ao início da manhã, um pedido formal, por carta, aos governos nacionais, para que proponham nomes para as pastas de comissários europeus.

De acordo com a informação recolhida pelo DN, em Bruxelas, os governos têm até 30 de agosto como data limite para a proposta de dois nomes, que serão depois sujeitos a entrevistas pela presidente da Comissão Europeia, que foi reconduzida no cargo depois da eleição pelos eurodeputados, a 18 de julho.

Bruxelas não pretende fazer comentários sobre o assunto, mas a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já deu a entender que pretende a indicação dos nomes o quanto antes, já que gostaria de iniciar “em meados de agosto” as entrevistas aos candidatos propostos pelos governos.

Na carta que enviou, na manhã desta quinta-feira, aos governos, Von der Leyen indica expressamente que pretende que lhe sejam indicados, por cada um dos governos, o nome de “um homem e de uma mulher”, já que tem a intenção de compor um colégio de comissários que respeite o equilíbrio de género.

“Vou procurar uma partilha igual de homens e mulheres na mesa da Comissão”, prometeu a presidente da Comissão Europeia, após a sua eleição no Parlamento Europeu, onde espera que “a nova equipa” venha a “passar com sucesso nas audições” perante os eurodeputados.

Uma fonte parlamentar, ouvida pelo DN, afiançou que os futuros candidatos a comissários podem esperar “um escrutínio rigoroso (...) independentemente da nacionalidade ou do portfólio que o candidato ou candidata a comissário venha a assumir”.

Entre os critérios enumerados pela fonte já citada está “a competência, a preparação, o equilíbrio e a garantia de que qualquer candidato a comissário está alinhado com os interesses da União e com os ideais democráticos que o Parlamento Europeu preconiza”.

Von der Leyen também assegurou, após a eleição, que pretende “escolher os candidatos mais bem preparados que partilhem o compromisso europeu”. Colocando alguma pressão sobre os governos nacionais, Von der Leyen indicou que pretende iniciar “em meados de agosto” as entrevistas que ela própria vai conduzir aos candidatos a comissário.

Até agora, apenas se conhecem as propostas de 11 Estados-Membros, estando já assegurados os nomes escolhidos pela Alemanha, que inclui a própria Von der Leyen, que será novamente líder da Comissão Europeia, e o da Estónia, Kaja Kallas, que será a futura Alta Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança Comum.

Estes dois nomes integraram o pacote de quatro, na distribuição dos altos cargos institucionais, em Bruxelas, do qual também faz parte o nome de António Costa, para a liderança do Conselho Europeu, e o de Roberta Metsola, como presidente do Parlamento Europeu.

De acordo com o site de informação europeia Politico, já são conhecidas as propostas de vários países. A Eslováquia indicou Maroš Šefčovič, que era Vice-Presidente da Comissão Europeia.

A Eslovénia apontou Tomaž Vesel, que era Presidente do Tribunal de Contas do país. A Espanha indicou Teresa Ribera, anteriormente Ministra para a Transição Ecológica. A Finlândia escolheu Henna Virkkunen, ex-Ministra dos Transportes e Comunicações. A Irlanda nomeou Michael McGrath, que era Ministro das Finanças.

A Letónia indicou Valdis Dombrovskis, Vice-Presidente Executivo da Comissão Europeia. Os Países Baixos nomearam Wopke Hoekstra, ex-Ministro das Finanças e atualmente comissário para a Ação Climática.

A Suécia apontou Jessika Roswall, anteriormente Ministra da União Europeia. A República Checa escolheu Jozef Síkela, que era Ministro da Indústria e Comércio.

Ursula von der Leyen esclareceu que, no caso dos comissários que transitam do atual colégio para o próximo, serão “a exceção” relativamente à indicação de dois nomes.

Assim, pelos nomes conhecidos até agora, a paridade de género no colégio de comissários, se contarmos com Von der Leyen e Kaja Kallas, estaria próxima de ser assegurada, rondando os 45% de mulheres e os 55% de homens.

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