Albuquerque nega pressão sobre funcionários públicos para assinar manifesto de apoio ao PSD
HOMEM DE GOUVEIA/LUSA

Albuquerque nega pressão sobre funcionários públicos para assinar manifesto de apoio ao PSD

Cabeça de lista do PSD às eleições antecipadas na Madeira considera assunto como "drama de pacotilha".
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O cabeça de lista do PSD às eleições antecipadas na Madeira, Miguel Albuquerque, negou esta sexta-feira que os funcionários públicos estejam a ser coagidos a assinar um manifesto de apoio à sua candidatura e classificou o assunto como "drama de pacotilha".

"Ninguém é coagido, nem eu pedia a nenhum trabalhador da função pública para assinar fosse o que fosse, não tem nenhum sentido", disse, sublinhando que "não há pressão nenhuma" e que "as pessoas são livres, fazem o que quiserem".

Miguel Albuquerque falava à margem de uma visita a um conjunto de empresas da área da investigação e desenvolvimento de novas tecnologias, no centro do Funchal, que efetuou na qualidade de presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), em gestão desde fevereiro.

"Eles [os partidos da oposição] é que estão sobre pressão porque têm de caçar votos", disse.

A denúncia de que os funcionários públicos estariam a ser coagidos a assinar um manifesto de apoio à candidatura do PSD foi feita inicialmente pelo cabeça de lista da Iniciativa Liberal, Nuno Morna, e depois outros partidos criticaram esse alegado procedimento.

"Obviamente, a Iniciativa Liberal pode dizer o que quiser pela simples circunstância de nós estarmos a uma semana das eleições, portanto, não há nada como um bom drama", afirmou Miguel Albuquerque, explicando que o manifesto foi elaborado por um "conjunto de personalidades", dirigentes empresariais e de associações, a maioria sem ligação à administração pública, e não foi distribuído nos serviços.

"Não tem nenhum sentido essa interpretação de estarmos a fazer pressão sobre os funcionários da administração pública", declarou.

O cabeça de lista do PSD, também líder do partido na região, classificou as críticas da oposição neste caso como "hipérboles retóricas para impressionar pategos".

"Todas pessoas na Madeira conhecem como é que nós funcionamos", insistiu.

Miguel Albuquerque considerou ainda que se trata de "dramas de pacotilha em vésperas de eleições" e reafirmou a convicção de que vai ganhar as eleições de 26 de maio e de que os partidos que se recusam a fazer acordos consigo eventualmente poderão mudar de posição.

"Eu vou ganhar as eleições e depois logo se vê", reforçou.

Miguel Albuquerque mostrou-se, por outro lado, compreensivo com o Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública da região autónoma, que não aderiu à greve geral de hoje, alegando o facto de o Governo Regional estar em gestão.

"Tem algum sentido, uma vez que o Governo está em gestão", disse, recordando que o executivo não pode "tomar um conjunto de decisões no quadro da própria remuneração e carreiras da administração pública, portanto é melhor aguardar."

Por isso, salientou, é de "bom senso" não haver greve na Madeira, porque "a uma semana das eleições qualquer manifestação nesse sentido pode ser entendido como manipulação eleitoral".

As legislativas da Madeira decorrem em 26 de maio com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.

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