Quem são os outros opositores de Putin presos na Rússia?

O principal opositor do regime de Vladimir Putin na Rússia, Alexei Navalny, morreu esta sexta-feira na prisão onde cumpria uma longa pena, mas não era o único ativista da oposição detido. Fique a saber quem são, segundo a Reuters:

Ilya Yashin

Um aliado de longa data de Navalny e ex-líder de um partido da oposição, Ilya Yashin, foi condenado em dezembro de 2022 a oito anos e meio de prisão devido a declarações proferidas no seu canal no Youtube sobre os crimes de guerra cometidos pelas forças russas em Bucha, na Ucrânia.

A Rússia havia criminalizado a “divulgação de informações falsas” sobre as forças armadas russas logo após a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Yashin disse que Putin era “a pessoa responsável pelo massacre” e que era “melhor passar dez anos atrás das grades como um homem honesto do que corar silenciosamente de vergonha pelo sangue que o seu governo fez derramar”.

Vladimir Kara-Murza

Político da oposição e ex-assessor de Boris Nemtsov, figura da oposição que foi assassinado no centro de Moscovo em 2015. Foi condenado em abril do ano passado a 25 anos de prisão por traição e outras acusações que negou.

Kara-Murza, 42 anos, foi transferido em janeiro deste ano para uma colónia prisional na Sibéria e está detido numa cela de isolamento rigoroso.

Este opositor de Putin sofre de um distúrbio nervoso depois de ter sobrevivido a duas tentativas de envenenamento. 

Igor Girkin

Um ex-comandante da milícia nacionalista, também conhecido como Igor Strelkov, que foi condenado já em janeiro deste ano a quatro anos de prisão por incitar ao extremismo depois de insultar Putin.

Girkin, 53 anos, tinha anunciado publicamente a intenção de concorrer contra Putin nas eleições presidenciais de março deste ano, afirmando que poderia fazer um trabalho melhor do que o atual presidente russo e negando a acusação de extremismo.

Este opositor foi detido em julho do ano passado, depois de criar o "Clube dos Patriotas Furiosos" para salvar a Rússia daquilo a que considerou ser o perigo de turbulência sistémica devido a falhas militares.

Girkin ajudou a Rússia a anexar a península da Crimeia em 2014 e organizou e comandou milícias pró-russas que invadiram a Ucrânia, tendo sido condenado a prisão perpétua por um tribunal neerlandês em 2022 devido ao abate do voo MH17 da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia em 2014, que matou 298 pessoas. 

Liliya Chanysheva, Vadim Ostanin e Ksenia Fadeyeva

Três ex-funcionários da campanha de Navalny ou da sua organização anticorrupção (FBK).

Chanysheva, que dirigiu a campanha política na cidade de Ufa, nos montes Urais, foi condenada em junho do ano passado a uma pena de sete anos e meio de prisão por “criar uma organização extremista”.

Ostanin dirigia a sede local de Navalny em Barnaul, na Sibéria, e foi condenado a nove anos, em julho do ano passado, por participar numa “comunidade extremista”.

Já Fadeyeva, legislador local e ex-líder do FBK na região de Tomsk, também na Sibéria, foi condenada a nove anos e meio em dezembro do ano passado por dirigir uma “organização terrorista”. 

Igor Sergunin, Alexei Liptser e Vadim Kobzev

Três advogados de Navalny, que foram detidos em outubro do ano passado por suspeita de pertencerem a um “grupo extremista”, medida que os apoiantes do opositor russo consideraram uma tentativa de isolar ainda mais o político que veio a falecer esta sexta-feira.

Os advogados são acusados de usar a ligação a Navalny para lhe permitir dirigir atividades extremistas atrás das grades, passando material aos seus apoiantes, alegações que o opositor considerou ridículas. 

Entretanto, o Ministério do Interior russo adicionou durante este mês mais dois advogados de Navalny à sua lista de pessoas procuradas: Olga Mikhailova e Alexander Fedulov. Acredita-se que ambos estejam fora da Rússia.