O que pensam os conselheiros de Estado da crise política

Cinco dos 18 membros do órgão de aconselhamento do PR estão a prazo, por causa da eleição de um novo Parlamento
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Só se quiser é que Cavaco Silva convocará o Conselho de Estado para debater a crise política que resultou do chumbo pela maioria de esquerda no Parlamento do programa do atual governo - chumbo que constitucionalmente implica a demissão do executivo.

A convocatória só seria obrigatória se o Presidente da República quisesse dissolver o Parlamento - e não o pode fazer, devido aos prazos constitucionais. Ou então demitir o governo, caso isso se tornasse "necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas" - mas o governo já está demitido.

O equilíbrio de forças alterou-se ligeiramente com as eleições legislativas. Assunção Esteves, do PSD, que tinha assento como presidente da Assembleia da República, vai ser substituída por Ferro Rodrigues, do PS. Além do mais, o início de uma nova legislatura implica que os atuais cinco conselheiros eleitos pelo Parlamento (Pinto Balsemão, Manuel Alegre, Luís Marques Mendes, Alfredo Bruto da Costa e Luís Filipe Menezes) estejam já numa situação a prazo. O novo Parlamento terá de proceder a nova eleição - o que carece necessariamente de dois terços (ou seja, de um entendimento entre pelo menos o PS e o PSD).

Já vários conselheiros disseram o que pensam e basicamente o que se sublinha como ideia consensual é que a governação não se deverá prolongar na situação atual de gestão corrente. Ferro Rodrigues, Manuel Alegre, Jorge Sampaio, Mário Soares, Ramalho Eanes, Bruto da Costa ou Luís Marques Mendes pensam assim.

Marcelo Rebelo de Sousa, candidato presidencial e conselheiro de Estado escolhido pelo Presidente da República, tem sido esquivo mas já afirmou que o país precisa de um governo "estável" e que um Presidente não deve deixar problemas por resolver ao seu sucessor - ou seja, quer que o PR não deixe o governo em gestão.

Já os presidentes dos governos regionais da Madeira e dos Açores afirmam que governarão com quem governar em Lisboa, seja quem for.

Personalidades próximas de Cavaco como Leonor Beleza, João Lobo Antunes ou Vítor Bento têm-se mantido em silêncio.

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