Wii mini. A consola low cost da Nintendo chega a Portugal
Quem sempre quis ter uma
consola Wii e nunca a comprou por causa do preço tem agora uma
segunda oportunidade. A Nintendo acaba de lançar em Portugal a Wii
mini, uma versão mais pequena e leve da consola original Wii, com
uma característica que a vai destacar de tudo o resto: custa 109,99
euros. É a primeira Wii low cost da Nintendo.
"A ideia é proporcionar
a quem nunca comprou uma Wii essa opção, com preço mais baixo e
design mais apelativo", explica ao DN Jorge Vieira, diretor de
relações públicas da Nintendo Portugal. Sobre o visual da consola,
40% mais leve que a original, quem não gostar de vermelho também
não tem escolha: o modelo vem num único pacote, com uma única
opção.
Para uma marca que lançou
há quatro meses a consola de nova geração Wii U, com uma grande
campanha mediática, a Wii mini pode parecer uma estratégia
duvidosa. Mas a Nintendo garante que não há sobreposição e que
não irá confundir os consumidores. "Queremos que prolongue a
longevidade da Wii original e, a par da Wii U, mantenha a marca com
uma grande projeção em Portugal", revela Jorge Vieira.
Ou seja, a Nintendo está
a aproveitar o facto de nem a Sony nem a Microsoft terem posto no
mercado as suas consolas de nova geração, que serão equivalentes à
Wii U. Os consumidores que quiserem comprar uma consola doméstica
recente não têm outra opção - a Xbox 360 é de 2005 e a
PlayStation 3 é de 2006 (2007 na Europa). Apesar das novidades que
foram sendo lançadas, como o sistema Kinect para Xbox e Move para
PlayStation, a verdade é que o hardware está obsoleto.
"A Wii mini é só para
correr jogos, não se liga online e não tem porta SD", indica o
responsável. Estas são as principais diferenças em relação à
Wii original, sendo que há compatibilidade geral com os jogos da
plataforma (cerca de 1400 títulos disponíveis).
Este lançamento é
feito numa altura em que o mercado de consolas e videojogos em
Portugal está a afundar, com quebras inéditas ao nível das vendas
em unidades e em receitas. Segundo revela ao DN a empresa de estudos
de mercado GfK, em janeiro e fevereiro de 2013 as vendas caíram 45%
em unidades e 44% em valor, um agravamento da tendência em baixa no
ano passado. "Relativamente mercado de consolas, o ano 2012
terminou com uma tendência muito negativa em unidades (32%) e em
valor (33%)", explica a empresa, frisando que se trata de "quedas
ainda mais acentuadas do que no ano de 2011."
Jorge Vieira diz que
isto não se deve apenas ao contexto de crise e atribui esta queda ao
período de transição que se vive no sector. "Sempre que há uma
nova geração de consolas, o mercado acaba por descer. Aconteceu o
mesmo noutras transições", garante. "Obviamente, com a crise
económica vai demorar mais tempo a recuperar, mas é normal o que
está a acontecer."
A diferença entre
esta e outras transições - sendo que a última aconteceu entre
2005 e 2007 - é que agora os smartphones e tablets também são
usados para jogos, e há títulos cada vez mais complexos, que tiram
partido das características avançadas (como os giroscópios e
acelerómetros). A Nintendo foi várias vezes pressionada para
endereçar este mercado, mas defende que tal não a prejudica. Na
verdade, até pode beneficiar. "Temos novos consumidores que chegam
oriundos de tablets e smartphones", indica Jorge Vieira. "Não é
um jogo de subtração, em que os ganhos de uns são as perdas de
outros."
Ainda assim, as três
grandes fabricantes têm sofrido com o abrandamento das vendas. No
início de 2012, a Xbox tornou-se líder mundial pela primeira vez,
mas a PlayStation 3 recuperou o lugar. A Sony vendeu 15,6 milhões de
PlayStations, a Microsoft vendeu 11 milhões de Xbox e a Nintendo 8
milhões de Wii. No total, desde o início, a Wii mantém-se rainha
absoluta: já foram vendidas 100 milhões de consolas, contra 77
milhões de PS3 e 76 milhões de Xbox.