Exclusivo Senhor do Chardonnay, Rei do Castelão

António Saramago é um dos mais antigos enólogos portugueses ainda em funções e continua com uma verve criativa imparável. Destacamos hoje dois dos seus vinhos acabados de lançar, fortemente identitários e de enorme gabarito.

Mais dourados que o próprio ouro, os vinhos da casta Chardonnay têm alumiado as almas vinhateiras de todo o planeta, chegando no Novo Mundo a ser sinónimo simples de vinho branco. No Velho Mundo, produz os mais gloriosos clássicos nas míticas vinhas velhas da Borgonha e é de uma flexibilidade extraordinária quanto a estilo e convívio com outras castas em vinhos de autor. Estigmatizá-la apenas como casta estrangeira é incompreensível e não tem qualquer fundamento, uma vez que é fruto e produto de um terroir - solo e clima - e, portanto bem portuguesa. Nas mãos de António Saramago, a Chardonnay ganha ainda uma outra dimensão e na prova deixa-me normalmente sem palavras. É exatamente assim que costumo descrever os seus muitos Chardonnays e não há confusão possível com os outros. Tento substanciar com o trabalho fundador feito na Tapada de Coelheiros (Alentejo), a pedido e ao lado de Joaquim Silveira, hoje já desaparecido. Quando os vinhos brancos primam quase todos pela fruta primária que oferecem, com muita frescura e orientação para a bebida-refresco, os de António Saramago nascem com a vocação da grande mesa. É uma grande instrução a prova cega de vinhos estremes da casta de que falamos, para ver que rapidamente se singularizam os do nosso visado de hoje.

E viva o Castelão!

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