A compra de ativos, que arrancou em março como uma medida de último recurso para combater o risco de deflação, ajudou a diminuir o impacto das crises grega e chinesa, mas a inflação da zona euro pode voltar a terreno negativo nos próximos meses. Assim, se for necessário, o BCE está pronto para aumentar o tamanho, constituição e duração do programa, diz Constâncio..Numa comparação com os programas de estímulos de outras autoridades, Vítor Constâncio salienta que o QE do BCE é pequeno. "O montante total de ativos que comprámos representa 5,3% do PIB da zona euro, enquanto o que a [Reserva Federal norte-americana] comprou representa quase 25% do PIB dos EUA, o que o Banco do Japão comrpou representa 64% do PIB japonês e o Reino Unido comprou o equivalente a 21% do PIB britânico", disse à Reuters..Assim, apesar de estes valores não serem uma "referência", há "margem", se "houver necessidade", sublinha..O vice-governador do BCE desvaloriza, ainda, algumas críticas que apontam que o quantitative easing não está a funcionar. Para Constâncio, as boas expectativas em relação à inflação, o aumento do crédito bancário e a queda dos custos de financiamento, apesar da ansiedade dos mercados financeiros, sugerem o contrário..O programa do BCE, que implica a injeção de mais de 1 bilião de euros na economia da zona euro, deverá manterse por mais um ano, mas os analistas consultados pela Reuters acreditam que não será nos moldes atuais e que o programa deverá mesmo ter de ser alargado.