O dia em que a Tabaqueira foi premiada... pelo seu papel na saúde
Longe vão as décadas de 1920 a 1950, quando os cigarros eram recomendados pelos médicos e inclusivamente usados como símbolo de uma vida mais saudável em anúncios. Será hoje possível uma empresa cujo negócio é o tabaco ser premiada pelo seu papel na saúde e bem-estar? A resposta é sim.
A portuguesa Tabaqueira foi esta semana distinguida pela Associação Portuguesa de Ética Empresarial (APEE) pelas suas "práticas de sustentabilidade relacionadas com o desenvolvimento de produtos que têm em vista a redução dos malefícios decorrentes do consumo de produtos de tabaco combustíveis". É hoje consensual entre a comunidade científica que a combustão e o fumo que aquela gera constituem a principal fonte da nocividade do consumo de produtos de tabaco e que a nicotina, não sendo inócua, embora fator de dependência, não seja causa da maior parte das doenças associadas ao consumo de cigarros.
Em causa estão, portanto, os estudos e desenvolvimentos científicos e tecnológicos que a empresa subsidiária da Philip Morris International tem levado a cabo, em conjunto com a implementação de políticas com reconhecidos ganhos para a saúde. Estudos científicos apontam que o tabaco sem combustão - o iQos, que desde 2016 já conta com cerca de 100 mil adeptos - reduz em 90% a 95% os riscos de exposição a substâncias nocivas, relativamente ao tabaco tradicional, e o parlamento britânico, por exemplo, tem dado passos no sentido de incentivar a passagem dos cigarros para este dispositivo enquanto alternativa ao fumo e capaz de contribuir para ajudar a deixar de fumar.
Agora, o reconhecimento vem de Portugal. Um júri independente, constituído por representantes de organizações de diversas áreas, distinguiu a empresa pelas suas práticas na área Saúde de Qualidade, reconhecendo em especial os ganhos que poderão resultar para a saúde pública da substituição do consumo dos produtos de tabaco combustíveis por produtos sem combustão. Para Miguel Matos, diretor-geral da Tabaqueira, esta distinção "é um reconhecimento da nossa postura de mercado e um estímulo para continuarmos a desenvolver e a disponibilizar produtos que proponham aos fumadores adultos uma nova e melhor opção para si próprios e para a sociedade".
Ao longo dos últimos 15 anos, a Philip Morris International tem vindo a desenvolver produtos alternativos aos cigarros, capazes de providenciar a administração de nicotina sem recurso a qualquer processo de combustão, tendo com isso contado com uma equipa de "mais de 400 cientistas e técnicos multidisciplinares e seguido com transparência e robustez um método científico comum à indústria farmacêutica", explica a empresa, que já soma mais de 200 trabalhos científicos, tendo submetido os seus resultados a uma série de entidades públicas e independentes, que até agora os têm corroborado, quer quanto à redução da toxicidade do aerossol do tabaco aquecido face ao fumo dos cigarros quer quanto ao impacto no consumidor à sua exposição.
O objetivo da multinacional passa por substituir os cigarros por produtos sem combustão no mais breve prazo possível - chegar aos 30% do total das vendas em 2025 é o fim traçado -, um compromisso assumido "pelo facto de em 2017 aproximadamente 40% da despesa comercial da empresa em todo o mundo e cerca de 75% do investimento global da PMI se ter destinado aos produtos que disponibilizam nicotina sem combustão".