Prémio Pessoa para investigador Miguel Bastos Araújo
Nascido em 1969, em Bruxelas, Miguel Bastos Araújo é geógrafo, investigador da Universidade de Évora e professor em Copenhaga e Londres, especialista em biodiversidade e alterações climáticas.
No mês passado, Miguel Bastos Araújo foi também o galardoado com o Prémio Ernst Haeckel, atribuído pela Federação Ecológica Europeia. A sua investigação, desenvolvida no âmbito de redes em Portugal, na Dinamarca e em Espanha, tem sido "crucial" para definir as melhores práticas para a modelação das alterações da biodiversidade, através do tempo e do espaço, e para avaliar as consequências das atividades humanas na natureza, explicava a federação.
Miguel Bastos Araújo é investigador do CIBIO-inBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos - Rede de Investigação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva). De acordo com a Universidade de Évora, o português "coordenou e/ou participou em dezenas de projetos científicos internacionais na área dos impactos das alterações climáticas, tendo ainda sido responsável pela produção de relatórios sobre os efeitos das alterações climáticas na biodiversidade para os governos de Espanha e Portugal".
Além disso, dirigiu o relatório sobre as consequências das alterações climáticas nas áreas protegidas europeias, a pedido do Conselho da Europa.
Atualmente, a pedido da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, coordena os trabalhos preparatórios da Estratégia Regional do Alentejo para as Alterações Climáticas.
Já recebeu vários prémios internacionais, tendo sido galardoado, em 2016, com o Prémio Rey Jaime I, que distingue estudos e entidades científicas que contribuem para a promoção da investigação e para o desenvolvimento científico em Espanha.
Miguel Bastos Araújo é o galardoado na 32ª edição o Prémio Pessoa, no valor de 60 mil euros, que é uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos. "O Prémio Pessoa pretende representar uma nova atitude, um novo gesto, no reconhecimento contemporâneo das intervenções culturais e científicas produzidas por portugueses", refere a organização em nota de imprensa.
Em 2017, o Prémio Pessoa foi atribuído ao arquiteto Manuel Aires Mateus, com o júri a destacar "a arquitetura moderna, abstrata e contemporânea", presente em projetos como o Centro de Criação Contemporânea de Tours e a sede da EDP em Lisboa.
A pianista Maria João Pires, o arqueólogo Cláudio Torres, os escritores José Cardoso Pires e Mário Cláudio, o encenador Luís Miguel Cintra, a historiadora Irene Flunser Pimentel e o escultor Rui Chafes também já foram distinguidos com o Prémio Pessoa.
O Prémio Pessoa foi atribuído pela primeira vez em 1987 ao historiador José Mattoso.