Gillette acusada de "insultar" homens no novo anúncio

Um anúncio da conhecida marca de produtos de barbear está sob fogo dos ativistas dos direitos dos homens por fazer apelo a uma "masculinidade tóxica" associada ao movimento #MeToo. "É insultuoso", dizem.
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O novo anúncio da Gillete está a ser fortemente contestado pelo modo como retrata a maioria dos homens, ainda associados ao assédio e à discriminação feminina. E transforma o seu slogan com 30 anos numa pergunta: "É o melhor que um homem consegue?"

O anúncio aproveita trechos de notícias sobre o movimento #MeToo, imagens de sexismo em filmes e em salas de reuniões e violência entre rapazes, e em voz off questiona: "Bullying, o movimento MeToo contra o assédio sexual, a masculinidade tóxica, é isto o melhor que um homem pode conseguir?"

Por oposição, retratam situações de homens que impedem o assédio de outros, travam brigas e promovem a igualdade de circunstâncias entre homens e mulheres. "Nós acreditamos no melhor dos homens (....) mas só alguns não chegam. Os miúdos que hoje observam serão os homens de amanhã" - é mensagem final do anúncio da Gillete.

Segundo o jornal The Guardian, o seu conteúdo gerou um debate acalorado e muitas críticas. A revista de extrema direita, The New American, atacou a mensagem dizendo que reflete muitas "falsas suposições". Entre as quais que a maioria dos homens são assediadores sexuais ou bandidos violentos e que o anúncio "fragilizava" a condição masculina.

Lançado no domingo, no YouTube, teve 83 mil visualizações e 8.500 comentários, muitos dos quais de homens a dizer que nunca mais comprarão uma Gillete. O anúncio foi dirigido por Kim Gehrig, numa agência sediada no Reino Unido, Um comentador político conservador canadiano Ezra Levant escreveu: "Um anúncio de barbear escrito por uma femininista de cabelos cor-de-rosa é quase tão eficaz como um anúncio de pensos absorventes escrito por homens de meia idade".

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