Com duas ondas de calor, este foi o setembro mais quente desde que há registos
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) revelou esta segunda-feira que o mês passado foi o setembro mais quente desde que há registos. A temperatura média foi de 22,98º C, mais 2,8º do que o habitual nesta época do ano.
Para encontrar o segundo setembro mais quente é preciso recuar até 1985, quando a temperatura média foi de 22,89º C. O IPMA regista as temperaturas desde 1931.
No mês passado, as temperaturas máximas rondaram os 30 graus em quase todo o continente europeu. Em Portugal, os picos meteorológicos foram registados no Alentejo e no Centro. Logo no primeiro dia do mês, Lousã, Moura, Alvega e Tomar marcaram respetivamente 41,6º C, 41,5º C, 41,4º C e 41,3ºC.
A temperatura máxima média atingiu os 30,2ºC, mais 3,9º C acima do que seria habitual nesta altura do ano, revelou ao DN Vanda Pires, meteorologista da divisão de clima e alterações climáticas do IPMA.
A mínima foi de 15,7º C, a quarta mais alta desde 1931. E entre os dias 10 a 17 e 19 a 27 de setembro registaram-se duas ondas de calor, em que o termómetro marcou mais 5ºC em relação ao valor médio deste período.
Setembro foi ainda um mês fraco de precipitação. 91,6% do território esteve em seca fraca e 6,8 em seca moderada. Foi o segundo mês mais seco dos últimos 30 anos; o primeiro foi setembro de 2017. As massas de ar frias e as depressões causadas pelo anticiclone dos Açores foram apontadas pela especialista do IPMA como a origem deste fenómeno metrológico.
Devido às temperaturas elevadas, o alerta de risco de incêndios mantêm-se e foi declarado o alargamento do estado critico até 15 de outubro.
O verão de 2018 começou tarde, com o mês de junho mais chuvoso desde 2000 e o de julho mais frio também desde o início do milénio. No entanto, em agosto houve uma inversão, tendo sido registadas temperaturas históricas em vários locais. O dia 4 de agosto foi o dia mais quente do século XXI.