Grupo de jornalistas sai "em defesa da integridade" de Maria Flor Pedroso

A diretora de informação da RTP foi acusada, pela jornalista Sandra Felgueiras, de passar "informação interna e sensível" ao Instituto Superior de Comunicação Empresarial. Maria Flor Pedroso desmente e um grupo de colegas apoia-a.
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"Maria Flor Pedroso é jornalista há mais de 30 anos. Sem mácula. Jornalista exemplar. Reconhecida e respeitada pelos pares", pode ler-se no abaixo-assinado de um grupo de jornalistas, que incluem nomes como Pedro Coelho, José Manuel Mestre, José Pedro Castanheira e Paulo Martins. Sentiram necessidade de defender a integridade da Diretora de Informação da RTP, acusada de transmitir o conteúdo de uma investigação da repórter Sandra Felgueiras ao Instituto Superior de Comunicação Empresarial (ISCE).

Em causa está uma reportagem sobre uma suspeita de corrupção no âmbito do processo de encerramento do ISCEM - um trabalho do programa de investigação "Sexta às 9" - que Sandra Felgueiras (a coordenadora do segmento) terá partilhado com Maria Flor Pedroso e a diretora-adjunta, Cândida Pinto. Na sequência desta conversa, a diretora - que ocupa o cargo desde outubro de 2018 - disse, segundo a jornalista de investigação, que tinha dado aulas no ISCEM e conhecia a diretora do Instituto, Regina Moreira, a principal visada no trabalho em curso. Dias mais tarde, Sandra Felgueiras foi contactada por Regina Moreira, já a pare do motivo da investigação da jornalista.

Sandra Felgueiras "acusou a diretora de informação de violação dos deveres funcionais e de violação do dever de sigilo, ao transmitir para a principal visada na reportagem informação privilegiada", consta na ata de uma reunião Conselho de Redação da televisão pública, a 11 de dezembro, a que a agência Lusa teve acesso. Maria Flor Pedroso "rejeitou linearmente" a versão narrada pela jornalista de investigação. E agora, um grupo de jornalistas de vários órgãos de comunicação social juntou-se à diretora de informação.

"Maria Flor Pedroso é uma das mais sérias profissionais do jornalismo português. Chegou por mérito ao cargo que atualmente ocupa. Defensora irredutível do jornalismo livre, rigoroso. Sem cedências ao mediatismo, a investigações incompletas, ou à pressão de poderes de qualquer natureza", escreveram os jornalistas, no abaixo-assinado. Lembrando ainda que Maria Flor Pedroso, foi inclusive, "escolhida pelos pares para presidir à Comissão Organizadora do 4.° Congresso dos Jornalistas Portugueses" (2017).

No já referido Conselho de Redação, Maria Flor Pedro acrescenta ainda que contactou a diretora do ISCEM, mas "apenas lhe disse para responder por escrito para que o programa não perdesse toda a história", recusando qualquer acusação de ter divulgado pormenores da investigação.

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