Fita kinésio ajuda a curar lesões? Especialista garantem que não

Vários desportistas têm vindo a utilizar a utilizar as fitas, mas não melhoram a função muscular nem favorecem a recuperação muscular, previnem lesões ou muito menos as tratam, diz presidente da Federação Espanhola de Medicina Desportiva
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As coloridas fitas kinésio, que vários desportistas de elite como Cristiano Ronaldo ou Rafael Nadal têm exibido em algumas das maiores competições internacionais por acreditarem que são munidas por infinitas propriedades, afinal, não garantem qualquer benefício: não melhoram o funcionamento dos músculos nem favorecem a sua recuperação, e não previnem lesões e muito menos as tratam.

Idealizas pelo japonês Kenso Kase em 1970, as fitas têm sido vistas em zonas como gémeos, costas, ombros, joelhos ou pescoço, mas especialistas espanhóis já as vieram desmistificar. "As fitas têm a utilidade que têm e não são diferentes de outros tipos de curativos, mas não têm os benefícios que os seus promotores preconizam", afirma Pedro Manolles, presidente da Federação Espanhola de Medicina Desportiva (Femede), em declarações reproduzidas pelo El Mundo.

O médico garante que nenhuma destas fitas "pode basear os seus efeitos nas cores vistosas" - acreditava-se que as fitas vermelhas seriam as que absorvessem mais luz e por isso aumentaria a temperatura corporal e seriam ideais para lesões crónicas - e assegura que não há "melhor política de marketing e publicidade do que haver desportistas mediáticos utilizando técnicas como estas. A repercussão social é enorme".

A ideia é partilhada pelo traumatólogo espanhol Tomás Fernández Jaén: "O problema no desporto de competição é que, às vezes, os desportistas utilizam coisas não comprovadas e isso lhes dá alguma diferença para o seu rival." "Mas não proporcionam nem relaxamento muscular nem eliminação as contraturas nem favorecem a recuperação de lesões". "É importante que as pessoas se consciencializem de que o tempo biológico de reparação do tecido danificado é o que é e, ao dia de hoje, ainda não somos capazes de o alterar, nem com estas fitas neuromusculares nem células-mãe nem com nada".

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