E se existirem 300 milhões de planetas habitáveis na nossa galáxia? Cientistas dizem que é possível
Uma equipa internacional de astrónomos analisou durante dois anos os dados recolhidos pelo telescópio da NASA Kepler, fez várias estimativas e chegou à conclusão que podem existir 300 milhões de planetas habitáveis.
O espaço sempre suscitou curiosidade e mistério e uma das muitas dúvidas prende-se com a possibilidade de se saber se há ou não outras Terras na nossa galáxia e se estamos sozinhos no universo. Os cientistas respondem agora que podem existir 300 milhões planetas potencialmente habitáveis na nossa Via Láctea. E estes mundos não estão assim tão distantes quanto se possa pensar, alguns estão a 30 anos luz.
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A conclusão surge após uma investigação levada a cabo por uma equipa internacional de astrónomos, liderada por Steve Bryson do centro de pesquisa Ames da NASA, e cujos resultados foram publicados no The Astronomical Journal.
Numa análise de dois anos aos dados recolhidos pelo telescópio da NASA Kepler, os 44 astrónomos fizeram estimativas e calcularam que em muitas estrelas semelhantes ao sol existem rochas como a Terra. Habitáveis, portanto.
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"Estamos um passo mais perto para descobrir se estamos realmente sozinhos no Cosmos"
"Esta é a primeira vez que todas a peças foram colocadas juntas para fornecer uma medida confiável do número de planetas potencialmente habitáveis na galáxia", explicou Jeff Coughlin, um dos autores deste estudo e cientista ligado aos exoplanetas do Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence) e diretor do Kepler Science.
"Este é um termo-chave na Equação de Drake, que é utilizada para estimar o número de civilizações transmissíveis; estamos um passo mais perto na longa estrada para descobrir se estamos realmente sozinhos no Cosmos", refere, em comunicado do SETI.
O instituto explica que Equação de Drake é um "argumento probabilístico que detalha os fatores a serem considerados ao estimar o número potencial de civilizações tecnologicamente avançadas na galáxia que poderiam ser detetadas".
Os cientistas analisaram vários factores para desenvolverem as estimativas sobre os mundos que podem ser potencialmente habitáveis. Foi feita a observação de exoplanetas semelhantes em tamanho ao planeta Terra, "portanto mais rohosos", analisaram também as estrelas semelhantes ao nosso sol e tentaram apurar se os planetas poderiam ter as condições necessárias para terem água líquida. Estes últimos dados a equipa recolheu recorrendo aos à Missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).
Nesta investigação, a equipa de astrónomos teve também em conta a quantidade de energia que o planeta recebe da sua estrela.
"Saber quão comuns são os diferentes tipos de planetas é extremamente valioso para projetar futuras missões para descobrir exoplanetas", afirmou, por sua vez, a co-autora do estudo Michelle Kunimoto, que recentemente reforçou a equipa do telescópio TESS.
Os astrónomos calcularam que, em média, o planeta mais próximo deverá estar a 20 anos luz e que há quatro deles que estão a cerca de 30 anos luz.
"Pesquisas destinadas a planetas pequenos e potencialmente habitáveis em torno de estrelas semelhantes ao Sol dependerão de resultados como estes para maximizar as suas possibilidades de sucesso", conclui Kunimoto.
O Instituto SETI recorda que a missão do telescópio Kepler, 2que oficialmente interrompeu a recolha de dados em 2018, identificou mais de 2800 exoplanetas, com vários milhares de candidatos a aguardar confirmação".