"Bolha quente" duas vezes maior que Península Ibérica aparece ao largo da Nova Zelândia
A temperatura na superfície do Oceano Pacífico era seis graus acima do normal. A culpa foi do vento.
Uma "bolha quente", onde a temperatura das águas era seis graus acima do normal, foi detetada no Oceano Pacífico, ao largo da Nova Zelândia. O fenómeno, que não é novo, chamou a atenção pela dimensão: tinha pelo menos um milhão de quilómetros quadrados, isto é, duas vezes o tamanho da Península Ibérica.
Esta bolha era visível nos mapas do ClimateReanalyzer.org, o Instituto das Alterações Climáticas da Universidade do Maine, por altura do Natal, mas entretanto já se terá dissolvido.
O fenómeno terá sido causado, segundo o professor James Renwich, especialista da Universidade Victoria em Wellington (Nova Zelândia), pela falta de vento e de nuvens durante vários dias, que permitiu que o sol aquecesse a superfície da água. "É apenas um pedaço de água que teve muito sol e pouco vento", disse ao jornal New Zeland Herald.
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A culpa não é das alterações climáticas, diz o mesmo especialista, lembrando que uma "bolha quente" semelhante tinha surgido em setembro no Mar de Bering, entre o Alasca e a Rússia, no hemisfério norte.
Contudo, ao The Guardian, explicou que apesar de mesmo na Nova Zelândia este tipo de fenómeno ser normal, nunca tinha visto com esta magnitude. E que isto pode afetar a vida marinha na região, se a temperatura não for tão quente só à superfície.
A "bolha quente" tinha temperaturas de até 20 graus (a média são os 15 graus), longe dos valores que a água pode atingir nos trópicos, até 30 graus. As águas mais frias encontram-se perto dos polos, onde a água congela a -2 graus Celsius, por causa da quantidade de sal.