A transformação digital vai representar 50% de todo o investimento em tecnologias da informação e comunicação (TIC), em Portugal, até ao final de 2025, estima a consultora IDC. Os investimentos vão passar por áreas como a cibersegurança, cloud, big data e inteligência artificial.."Em 2021 vimos surgir um novo paradigma social e económico", comenta Gabriel Coimbra, Group Vice President da IDC e diretor-geral da IDC em Portugal, sublinhando que, "em Portugal, o mercado de TI [tecnologias da informação] cresceu quase 2%" no último ano. "Para além de mais de 50% do PIB [produto interno bruto] já ser influenciado pelo digital, pela primeira vez na história verificamos uma correlação inversa entre as TI e a economia. Ou seja, mesmo com uma das maiores quebras da história no PIB [quase 10%], o mercado de TI continuou a crescer. Em 2020, apesar da quebra de quase 5% do PIB, o mercado de TI cresceu quase 3%, a nível mundial..Nesta linha de crescimento, os cálculos da IDC apontam que os investimentos diretos em transformação digital vão acelerar para um crescimento anual médio de 16,5% até 2025. Este valor supera a previsão anterior de crescimento de 15,4% para o período 2019-2024 e permite à consultora afimar que metade do total dos investimentos em TIC têm em vista a transformação digital..Cibersegurança será prioridade em 2022.Os dados, que serão divulgados na quinta-feira durante o evento Future Scape 2022, apontam que as áreas de cloud, mobile, big data e social bem como a inteligência artificial, a realidade aumentada e a relidade virtual, robótica e cibersegurança serão o foco dos investimentos. Entre estas é a área da cibersegurança que se destaca..A IDC prevê que os investimento em cibersegurança ultrapassem os 200 milhões de euros em 2022, em Portugal. A resiliência cibernética estará mesmo no topo das prioridades, com as empresas portuguesas a seguirem uma tendência global. Até 2024, a IDC prevê que 60% das principais empresas europeias aumentem em 20% os gastos anuais em cibersegurança. O reforço nesta área "irá gerar um investimento adicional de 5,9 mil milhões de euros em segurança, em 2024", segundo os dados enviados à redação..A consultora refere que as pequenas e médias empresas (PME) começam a surgir nos radares dos hackers, estimando que 33% sofra ciberataques. Só os ataques de ransomware "aumentaram mais de cinco vezes desde 2018".."Se assumirmos que a média dos resgates estão nos 65 mil euros, quatro resgastes por ano, mais 28 dias de interrupção terão um impacto muito grande nas contas das empresas e na economia", argumenta Gabriel Coimbra, justificando a relevância da aposta em cibersegurança..A par do aumento dos investimentos, a IDC refere que a falta de recursos tecnológicos será um dos maiores problemas dos próximos anos. É um paradoxo que está por solucionar. "Vão faltar mais de 1,15 milhões de profissionais na Europa Ocidental, e esta falta de recursos irá custar cerca de 250 milhões de euros por ano às empresas", revela Gabriel Coimbra.