Têxteis e mobiliário nos circuitos turísticos

Empresários de Paços de Ferreira investem em alojamento local no Porto e levam clientes a conhecer a região.
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Entre as cinco mil empresas instaladas em Paços de Ferreira, 80% da produção têxtil e de mobiliário destina-se ao estrangeiro. Para receber os compradores que se deslocam à região, os empresários estão a investir no turismo.

“Faz sentido criar um roteiro que inclua o móvel e o têxtil”, concluíram os responsáveis do Turismo do Porto e Norte e da autarquia, que estão a desenvolver um projeto que crie um roteiro turístico de negócios inovador.

A Época Gold, empresa de mobiliário de luxo sediada em Paços de Ferreira, faturou 12 milhões de euros em 2017 e exportou 98% da produção para cerca de 40 mercados, tendo equipado alguns dos hotéis de maior renome em todo o Mundo. Tem uma loja em Leça da Palmeira, a Alfaiate de Interiores, onde cerca de 20% das vendas são feitas a turistas, principalmente espanhóis e franceses, que conseguem “mobilar a casa a preços mais baixos, mesmo com o custo do transporte”.

O fundador da empresa, José Rocha, está agora a terminar o projeto de reabilitação de um edifício na zona dos Clérigos, no Porto, decorado com mobiliário da Época Gold. “Serve para alojar os clientes e serve para mostrar o nosso trabalho”, explicou durante a visita de trabalho do Turismo e da autarquia.

Ali perto, a Petratex foi catapultada para a ribalta internacional, em 2008, por produzir os fatos de banho de Michael Phelps e hoje tem “clientes em lista de espera, que pagam para entrar” na empresa. Com 600 trabalhadores e uma faturação anual de 70,5 milhões de euros, a têxtil produz para mais de 160 marcas internacionais, 30% das quais de alta costura.

O administrador Sérgio Neto revelou que estão a investir num projeto de alojamento local junto ao Mercado do Bolhão, no Porto, com 15 apartamentos “vestidos” pela Petratex, onde ficam alojados os clientes internacionais.

“Depois deste, já temos outro previsto para a zona dos Clérigos”, anunciou.

Além de recebê-los na fábrica, a equipa da Petratex ainda serve de guia em roteiros turísticos pela região Norte. “Vendemos a região, também, e eles depois regressam com a família e os amigos”, adiantou o responsável, com planos para expandir os investimentos turísticos a outras zonas.

Transformar os clientes em turistas e levar os turistas a consumir o móvel e o têxtil português são as duas vertentes do projeto que a autarquia, em parceria com a Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF) e o Turismo do Porto e Norte, pretende apresentar ainda no primeiro trimestre deste ano.

“Há aqui espaço para desenvolver uma unidade hoteleira temática, onde cada empresa ficaria responsável por um quarto, como de fosse um ‘showroom’ da sua empresa”, sugeriu Melchior Moreira, presidente do Turismo do Porto e Norte.

“A AEPF tem um espaço disponível, com 14 mil metros quadrados, para que seja criado esse ‘show room’ turístico que servirá de montra para as empresas”, anunciou Rui Carneiro, o presidente da AEPF.

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