Psicólogos

Quando procuram ajudar as pessoas a quem assistem respeitando-lhes as capacidades e conhecimentos, os psicólogos funcionam como confidentes, como consultores e como instrutores.
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É um tipo de actuação que implica flexibilidade. Reconhecendo a experiência das famílias ou das instituições a que assistem, e portanto o seu direito de escolher, relacionam-se com elas através da negociação proporcionando-lhes a informação e as alternativas necessárias para poderem tomar decisões.

A principal tarefa dos psicólogos é ajudar pais, professores e educadores em geral a actuar directamente na educação das crianças e adolescentes, co-responsabilizando-se pelas mudanças que for preciso levar a cabo. Nenhum profissional pode substituir-se aos educadores.

Os problemas da educação resultam das relações entre os indivíduos e o meio social em que vivem - dificuldades escolares, comportamentos anti-sociais, toxicodependências. Os psicólogos serão tanto mais eficazes quanto melhor adaptarem a sua actuação a cada caso concreto, ajudando a analisar as situações consoante se trate dos indivíduos, das famílias ou de comunidades.

Em psicologia a conversa num consultório pode ajudar a identificar as necessidades particulares de cada criança ou adolescente, ou de cada família. Surge sempre que alguém, pessoa (pais, avós, outros familiares, pais adoptivos ou profissionais - educadores de infância, professores do ensino regular, professores de apoio, amas) ou instituição (direcções de escolas, direcções de turmas, conselhos executivos) com responsabilidades educativas apresenta um problema que implica um pedido de auxílio. Nessas circunstâncias a função do psicólogo é identificar os problemas reais a partir dos problemas colocados. Nem sempre quem pede ajuda a consegue verbalizar adequadamente, dependendo esta verbalização da tomada de consciência da situação, das expectativas e da disponibilidade de quem apresenta o pedido.

A identificação das características e atributos que se relacionem com o problema, e com as necessidades especiais de educação são de importância fundamental. Daí a importância da observação directa realizada pelo psicólogo e da análise de dados de outras fontes (relatórios de professores, de terapeutas, etc.). A colheita destas informações pode ocorrer ou não em sequência, dependendo de cada situação e deve dar origem a uma síntese da avaliação que servirá de base para a selecção das medidas a adoptar. Por fim, psicólogo e família devem construir em conjunto um inventário de indicadores claros, curtos e facilmente praticáveis que permitam uma avaliação dos objectivos a alcançar. São exemplos a realização de tarefas específicas: preparar a roupa para o dia seguinte, arrumar a pasta ao fim do dia ou ajudar a pôr e a levantar a mesa. Estes indicadores permitem uma avaliação objectiva das mudanças na família e do desempenho dos profissionais.

Uma vez identificada a dificuldade educacional (dificuldade na leitura? agressividade?) da criança ou do adolescente, procede-se ao estudo dos recursos disponíveis com o objectivo de descobrir as medidas educativas que permitem resolver o problema. Por vezes é necessário conhecer os contextos (casa, escola) para modelar as estratégias no local. Se as sugestões não forem postas em prática, temos de identificar quais foram os factores que dificultaram a sua execução e redefinir outras estratégias até encontrar aquela que se ajustem aquela situação específica. O papel do psicólogo é de contínuo ajustamento e redefinição de estratégias e de metodologias para alcançar o sucesso.

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