New York Times

Para o New York Times, a agência de notação europeia tratou mesmo Portugal de forma "suave".
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Para o jornal, "algumas agencias de 'rating' não veem sequer os problemas, mas o mais normal é que vejam os riscos mas tenham relutância em retirar as conclusões mais feias. Basta ver os comentários da Moody"s".

Portugal "deverá, quase com certeza, necessitar de um resgate, que vai trazer um alívio de curto prazo. Mas sem nenhum novo catalizador, o problema de vitalidade a longo prazo que a Moody's identifica vai continuar em resolução", diz o jornal norte-americano.

O New York Times põe em causa a avaliação da Moody's que, apesar de reconhecer um aumento no custo que Portugal incorre para contrair dívida, diz que o mercado de dívida pública se manteve aberto a Portugal.

"Um aumento muito maior, deveria [a Moody's] ter dito, do que há seis meses ou há um ano", refere o New York Times.

"O grande problema macroeconómico português é, sem dúvida, a falta de vitalidade. A economia quase não conseguiu crescer nos primeiros sete alegres anos depois da entrada no euro, quando o Governo geria um défice que conseguia financiar barato e quando os bancos conseguiam ir buscar financiamento aos mercados de capitais da zona euro, a taxas de juro extraordinariamente baixas", considera o jornal.

"A tarefa agora é gerar as receitas necessárias para pagar toda essa dívida acumulada, ao mesmo tempo que o Governo impõe medidas de austeridade (...) Um desafio que se torna muito maior porque o peso da dívida é tão grande. O governo poucos progressos fez para melhorar a posição fiscal", acrescenta.

O jornal diz ainda que o pior pode estar para vir, com "pobres perspetivas de crescimento futuro" para Portugal e uma provável recessão em 2011, num contexto em que falta ao país uma base industrial forte e quando o país "não parece competitivo".

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