MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA
Até à última hora foi uma incógnita a permanência de Rui Pereira na pasta da Administração Interna. Mas, como diz Garcia Leandro, este professor de Direito terá uma segunda oportunidade. No fundo, o seu tempo político estava incompleto, pois só tinha sido nomeado há dois anos. Por outro lado, Rui Pereira terá de prestar contas das estratégias que iniciou para combater a criminalidade. Em 2008, em que se registou o maior aumento dos últimos anos, o ministro ainda não tinha defendido e começado as "suas" políticas, mas os resultados deste ano já vão ser da sua responsabilidade. Rui Pereira é por natureza um homem de consensos, pela sua versatilidade académica que colhe respeito à direita e à esquerda, mas as obrigações políticas afastaram-no da maioria dos sindicatos das forças de segurança. Os polícias sofreram com o último Governo alguns dos mais rudes golpes nos seus direitos profissionais e Rui Pereira não teve peso político para o impedir.
Resta saber em que condições aceitou voltar a assumir uma pasta que, por tradição, 'queima' os seus titulares. O futuro, em termos de criminalidade, não se prevê fácil, com a crise económica e o fim de subsídios de desemprego que podem trazer instabilidade social. Rui Pereira tem que ter condições, financeiras principalmente, para motivar as forças de segurança do topo às bases. Não basta ter o apoio declarado dos 'chefes' das polícias.
B Tem 53 anos
B Formado em Direito Penal
B Casado
O principal desafio de Rui Pereira será o de reduzir a criminalidade violenta, que em 2008 atingiu o valor mais elevado dos últimos anos. Para isso, terá que conseguir condições, essencialmente financeiras, para motivar os efectivos das forças de segurança e apaziguar as reivindicações das estruturas sindicais. Foi o ministro que aprovou os novos estatutos profissionais da e PSP e da GNR que estão a levantar uma grande onde de contestação.