CONFLITOS

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«Tinha 12 anos quando tive de combater durante sete meses e ainda continuo vivo. Mas não era a única criança na batalha, muitas outras foram recrutadas como eu para combater», diz David de 16 anos, residente na República Democrática do Congo e que acredita já ter vencido o seu Golias ao sobreviver à guerra contra Mobutu. Agora, diz que tem um novo Golias, «este bem mais difícil de ganhar», uma vez que está sozinho para lutar por um futuro melhor. Só neste país, nos últimos cinco anos, 20 mil meninos e meninas foram transformados à força em soldados por dirigentes de ambas as partes do conflito. É um exemplo entre os milhões de crianças que, segundo a UNICEF, crescem no meio de batalhas e em famílias e comunidades separadas pela guerra. Morreram 3,6 milhões de pessoas desde 1990 devido a conflitos armados, metade das quais são crianças, alerta o site da organização. Além das mortes, há a registar as que ficam mutiladas e o medo diário de sofrer um ataque terrorista ou de pisar em alguma mina. «Não podemos dar voltas muito grandes por razões de segurança. Na rua, estamos sempre com medo e suspeitamos de toda a gente», diz Huda, uma iraquiana cujos pais decidiram que os filhos continuassem na escola, apesar da onda de violência. Acrescente-se o rasto de destruição e de fome que deixam os conflitos, e tantos direitos que são coarctados, como o da educação. No ano lectivo de 2003/04 fecharam 580 escolas na Palestina.

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